Morte em condomínio

Acusado de matar vigilante por bolinha de papel passa por audiência de instrução, em Itumbiara

Uma audiência de instrução e julgamento foi realizada, nesta segunda-feira (22), no caso que envolve…

Uma audiência de instrução e julgamento foi realizada, nesta segunda-feira (22), no caso que envolve Wallas Gomes de Lima, de 27 anos. Ele é réu no caso do assassinato do vigilante Guilherme Alves Pereira, de 23, ocorrido em outubro de 2018. A motivação, de acordo com as investigações da Polícia Civil (PC), seria uma discussão por causa de uma bola de papel jogada ao chão, em um condomínio de Itumbiara, onde ambos trabalhavam.

De acordo com o advogado de defesa, Rodrigo Pereira Silva, foram ouvidas dez testemunhas, sendo oito de acusação e duas de defesa. Segundo ele, Wallas respondeu todos os questionamentos que lhe foram feitos e que a defesa busca mostrar que o réu apenas se defendeu.

“A linha de defesa é lançar luzes sobre os fatos e demonstrar o real motivo, as reais razões que levaram o trágico desfecho. Ele vinha sendo motivos de ameaças e agiu como forma de privar que algum mal acontecesse contra si e sua família”, destaca.

Ao portal G1, a mãe de Guilherme alegou que acredita que a “justiça será feita”. Para a reportagem, Simone Alves da Silva Pereira desabafou que o seu maior desejo é que o réu possa pegar a pena máxima para o crime que cometeu.

Agora, o procedimento caminha para algo mais técnico. Serão realizados as alegações finais tando da defesa como da acusação, para o juiz decidir a pronúncia e, posteriormente, marcar a data para o julgamento de Wallas.

Guilherme morreu após ser atingido por um disparo na nuca e outros dois na cabeça (Foto: Reprodução)

Relembre o caso

O crime ocorreu no último dia 13 de outubro de 2018. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Guilherme é assassinato. O vídeo mostra uma breve discussão entre os dois, a rendição do rapaz e o momento em que três disparos são efetuados contra a sua cabeça.

À época, a Polícia Militar destacou que um desentendimento sobre uma bolinha de papel que teria sido lançada ao chão pelo atirador teria motivado o crime. Ainda de acordo com a corporação, Wallas teria comentado com outro guarda a intenção de cometer o crime.

Guilherme, por sua vez, chegou a avisar um familiar sobre o ocorrido e pediu para que o mesmo lhe encontrasse na saída do turno de trabalho para evitar uma nova discussão. Porém, o vídeo mostra que, quando a vítima retornada ligação, se depara com Wallas vindo em sua direção com a arma apontada.

Nesse momento, Guilherme levanta a mão para mostrar que não estava armado e vira de costa para o guarda. Após isso, Wallas dispara contra a nuca da vítima. Mesmo caído, o réu atira mais duas vezes contra a cabeça do porteiro, que morreu na hora.

Em abril, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou Wallas por homicídio duplamente qualificado. Na ocasião, o promotor de Justiça, Marcelo de Freitas defendeu que o réu dificultou a defesa da vítima, uma vez que Guilherme estava em seu local de trabalho, totalmente desarmado, e ao perceber que estava com a arma apontada contra ele, levantou as mãos para demonstrar que não queria briga, além de ter virado de costas sem qualquer possibilidade de defesa.

Wallas foi detido no último dia 29 de maio, após ficar foragido desde o dia do crime e foi encaminhado para o Presídio Regional do município.  À época, a Tecnoseg, empresa que empregava ambos os envolvidos lamentou a fatalidade e alegou estar tomando “todas as medidas possíveis para evitar e prevenir” novos casos. Também ressaltou que realiza “treinamento apropriado, cursos, checagem de antecedentes, reciclagem, testes psicotécnicos e acompanhamento psicológico dos profissionais” para evitar situações semelhantes. A companhia destacou ainda estar prestando apoio à família da vítima.

Wallas no dia em que foi preso pela Polícia Civil (Foto: Divulgação/PC)