DECISÃO

Acusado de matar ex-presidiário que gravou vídeo em rebelião da CPP é condenado a 14 anos

Vítima foi assassinada em 12 de fevereiro de 2018 perto de uma distribuidora de bebidas, em Goiânia, com tiros e facadas

Acusado de matar presidiário que gravou vídeo em rebelião da CPP é condenado a 14 anos
Acusado de matar presidiário que gravou vídeo em rebelião da CPP é condenado a 14 anos (Foto: Reprodução - TV Anhanguera)

A Justiça condenou, nesta quinta-feira (18), Ivonir Júnior Berticelli a 14 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato de Tiago Correa Amaral. A vítima foi assassinada em 12 de fevereiro de 2018 perto de uma distribuidora de bebidas, em Goiânia. Foram quatro tiros e 19 facadas.

Na denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), consta que Ivonir, à época com 18 anos, agiu junto com outras quatro pessoas cumprindo ordem da facção criminosa à qual pertencia, que era rival do grupo criminoso do qual Tiago fazia parte. A ordem para o crime teria ocorrido depois de uma rebelião que aconteceu no Complexo Penitenciário Odenir Guimarães, em janeiro de 2018, pela disputa de poder envolvendo os dois grupos.

Na ocasião, Tiago, que tomou parte de um dos grupos, gravou e publicou um vídeo esfaqueando uma cabeça decapitada de um dos presos, afirmando ser de um integrante da facção rival. Após o episódio, o grupo contrário enviou, por meio de mensagem de Whatsapp, a foto de Tiago, com todas as credenciais, com a ordem “Decretado: onde ver é pra matar”.

No mesmo mês dos fatos, a vítima obteve liberdade condicional com o uso de tornozeleira eletrônica. Apesar do “decreto” que havia sido divulgado, Tiago voltou a lugares que frequentava antes da prisão. Um dia, na porta de uma distribuidora de bebidas, ele foi visto e fotografado por um integrante da facção rival. No mesmo instante, uma nova postagem no WhatsApp começou a circular com a ordem para que ele fosse morto.

Um membro da facção de nome Rodrigo Borges dos Santos, que também foi denunciado pelo MP, viu o material na rede e providenciou uma motocicleta para que Ivonir e um comparsa de nome Matheus, fossem até o local para matar Tiago. Ao chegar à distribuidora, outras três pessoas, não identificadas, já estavam lá e se juntaram para assassinar a vítima. Após o crime, praticado com um revólver e arma branca, os acusados fugiram, mas uma foto de Tiago morto foi publicada online com os dizeres: “Decreto cumprido, passa nada.”

Por causa disso, o MP pediu a condenação de Ivonir Júnior pelo crime de homicídio. Ao dosar a pena, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira levou em conta, entre outros fatos, antecedentes criminais do réu por roubo e homicídio. Como mencionado, o magistrado fixou a pena em 14 anos e 3 meses de reclusão, a ser cumprida em regime fechado. O condenado, que já se encontra preso, não poderá recorrer da sentença em liberdade.