Transporte público

Adolescente precisa andar 10 km para chegar em casa por não ter passe livre

A adolescente Aysha Tamila Teixeira de Sousa, de 13 anos, precisou andar 10 quilômetros do…

A adolescente Aysha Tamila Teixeira de Sousa, de 13 anos, precisou andar 10 quilômetros do terminal Parque Oeste, no Setor Parque Oeste Industrial, até sua casa no Residencial Buena Vista, na região Oeste de Goiânia. O caso aconteceu na última segunda-feira (29) quando a garota ia para a escola no Setor Aritana, mas foi impedida por não ter créditos do Passe Livre Estudantil.

A mãe da menina, Altenízia Silva de Sousa, contou que a menina saiu de casa por volta das 6 horas da manhã para pegar o ônibus que a levaria para a escola. Por não ter créditos na carteirinha do Passe Livre, Aysha tentou entrar no veículo pela parte de trás, quando o motorista a reprimiu e disse que não poderia deixá-la descer, apenas quando chegasse no terminal do Parque Oeste, ponto final da linha.

Ao chegar no terminal, os funcionários do local impediram a menina de descer para pegar outro ônibus e voltar para casa. Desse modo, Aysha resolveu voltar para casa caminhando. “Ela andou 10 quilômetros ou mais e veio pela BR-060, que nem acostamento tem, foi um perigo”, conta a mãe da garota.

Após o trajeto de 4 horas, Aysha chegou em casa e contou a situação para a mãe, que se sentiu indignada. Altenízia compareceu à Central de Flagrantes da Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência relatando a situação.

A apuração do caso vai ficar a cargo do titular do 15° Distrito Policial,  Klayter Camilo Resende Farinha, que explicou já estar à par da situação. “Nos próximos dias nós devemos chamar a menina para ser ouvida e ponderar quais os próximos procedimentos a serem tomados, inclusive as intimações”, esclarece o delegado.

Altenízia foi orientada, na delegacia, a procurar o Ministério Público de Goiás (MPGO) com o Boletim de Ocorrência em mãos. O caso vai ficar sob os cuidados da promotora de Justiça, Maria Bernadete Ramos Crispim, que está de férias, mas, segundo o órgão, já foi orientada da situação e deve tomar uma decisão nos próximos dias.

No dia 13 de dezembro do ano passado, Maria Bernardete recomendou ao Município de Goiânia, que adotasse, no prazo de até 20 dias, todas as medidas cabíveis para restabelecer o pagamento de meia passagem aos estudantes da Região Metropolitana da capital. Além disso, a promotora pedia que a situação do Passe Livre Estudantil fosse regularizado.

Altenízia alega que é inviável as aulas voltarem no dia 22 de janeiro e o benefício ser concedido apenas no 10° dia útil de fevereiro, como previsto pela Superintendência da Juventude. Outros estudantes, segundo a mulher, estão na mesma situação que Aysha, sem ir às aulas por falta de créditos para o transporte coletivo.

*Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo