INOCÊNCIA

Advogado de idoso suspeito de abuso alega que relato de criança é impreciso

Uma menina de apenas 4 anos denunciou para a mãe, no último domingo (21), que…

Uma menina de apenas 4 anos denunciou para a mãe que havia sido abusada sexualmente pelo inquilino de sua avó materna, de 68 anos. A mãe da vítima procurou a Polícia Militar (PM) e o Conselho Tutelar, que juntos, atuaram em uma ação que prendeu o idoso, no setor Tempo Novo, em Palmeiras de Goiás.
Menina de 4 anos denuncia inquilino da avó por abuso sexual em Palmeiras de Goiás (Foto ilustrativa: Reprodução - FreePik)

Uma menina de apenas 4 anos denunciou para a mãe, no último domingo (21), que foi abusada sexualmente pelo inquilino de sua avó materna, em Palmeiras de Goiás. Entretanto, o advogado Heber Pereira, responsável pela defesa do suspeito, diz que ele é inocente. Homem deve voltar a liberdade ainda nesta quarta-feira (24).

De acordo com a Polícia Militar (PM), o idoso mora há 18 anos em um imóvel situado nos fundos da casa da avó materna da criança. Por se tratar de um inquilino de muito tempo, a avó da criança confiava no homem. Entretanto, depois de passar um dia na casa da avó, a menina reclamou para a mãe durante o banho que estava sentindo dores na região íntima. Quando a mãe questionou um pouco mais sobre o motivo das dores, a criança relatou que o inquilino havia a abusado sexualmente com os dedos. A mãe da criança acionou as autoridades e o suspeito foi preso em flagrante.

Em entrevista ao Mais Goiás, o advogado do inquilino afirmou que a denúncia da mãe da criança é questionável, porque a menina não teria narrado tão precisamente como teria ocorrido o abuso. Na visão da defesa, a criança precisa ser ouvida por uma profissional qualificada, capaz de atestar o motivo da menina ter acusado o idoso.

Além disso, o advogado usa como argumento o fato de que um laudo do Instituto Médico Legal não ter atestado conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso contra a criança. “Se não havia conjunção carnal ou outro ato libidinoso, como poderia a criança se queixar de dores na vagina? Ora, a imputação ao meu cliente é exatamente por ela alegar que estava sentindo dores”, questiona Pereira.

Versão do inquilino investigado por abuso sexual

De acordo com Heber, o suspeito é inquilino dos avós da criança há 18 anos e, por isso, tem a confiança dos adultos e da própria menina, que tinha o costume de entrar na casa dele.

O advogado afirma, ainda, que o idoso está debilitado e de cama, por estar com duas costelas quebradas. Na versão do inquilino, a criança ‘chegou pulando na cama dele’ e, na tentativa de evitar que a menina o machucasse, ele pode ter a ferido. O advogado do homem narra também que o idoso chamou a avó da criança para buscá-la, mas que ela não o ouviu.

“A menina, por ter convivência com ele, já chegou pulando na cama dele, que por sinal fica em frente a porta da quitinete. Ele chamou a avó pra tirar a criança, mas a avó não foi buscar. Ele afirma que só pode ter sido nesse momento que ele machucou a criança sem querer, tentando evitar que a criança ao brincar com ele machucasse ainda mais as costelas”, diz o advogado.

Inquilino e a mãe da criança

A mãe da menina disse para a Polícia Militar que, por volta dos 9 anos, também sofreu o mesmo tipo abuso sexual com o homem. Na época, também devido a pouca idade, decidiu guardar o assunto como segredo por medo de que não acreditassem nela. Ela achou que, como não tinha havido conjunção carnal, seria difícil incriminar o homem. Mas que, dessa vez, ela formalizaria a denúncia e que faria de tudo para que o criminoso não ficasse impune.

O advogado do suspeito também rebateu essa afirmação e questionou. “Se ela tivesse sido abusada pelo meu cliente, como deixaria a própria filha se aproximar dele? Não faz sentido”, indaga.

A defesa detalha que, segundo o inquilino, a mulher pode ter guardado rancor dele. Isso porque, na época em que ela diz ter sido abusada, houve um episódio em que o idoso a bateu de cinto, depois que ela entrou na casa dela e ‘fez bagunça’. O advogado ressalta que, a confiança no idoso é tamanha, que nem mesmo por esse episódio os donos do imóvel se incomodaram com ele.

Soltura

Devido o resultado do laudo do IML, o advogado afirma que o investigado já teve alvará de soltura expedido e deve voltar a liberdade ainda nesta quarta-feira (24). Segundo a defesa, como o suspeito não possui antecedentes criminais e não houveram outros elementos que comprovassem o flagrante, não haviam motivos para que ele ficasse preso.

Por conta da denúncia, o homem precisou se mudar e já está em busca de um novo lugar para morar.