Defesa atuante

Advogado que defendia líderes de facção criminosa é suspeito de atuar em quadrilha

O advogado Calisto Abdala Neto foi preso preventivamente pela Polícia Civil (PC), na manhã desta…

O advogado Calisto Abdala Neto foi preso preventivamente pela Polícia Civil (PC), na manhã desta terça-feira (30), em Anápolis, suspeito de comandar o roubo de cargas e caminhões em três estados brasileiros. Investigações apontam que ele é ligado a uma facção criminosa paulista, e, além de defender presos, também faz parte de um esquema de lavagem de dinheiro.

Calisto atua na área criminal há 25 anos e passou a ser investigado depois que uma ação da Polícia Civil prendeu no ano passado, em Goiás, 35 integrantes de uma quadrilha que roubava cargas e caminhões. O grupo falsificava documentos, adulterava sinais identificadores e revendia os veículos em concessionárias abertas pelos próprios criminosos. Segundo a PC, além de defender presos ligados a uma facção criminosa paulista, o advogado também fazia parte do grupo e comandava algumas ações em Goiás, no Mato Grosso, e em São Paulo.

“Com a capacidade intelectual que tem, o Calisto ganhou destaque na facção, passou a comandar alguns roubos, além de criar empresas de fachada tanto para lavar o dinheiro proveniente de crimes como o tráfico de drogas, como para revender os caminhões roubados e adulterados”, relatou o delegado Alexandre Bruno, titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).

Com a prisão de Abdala, o delegado acredita que toda a organização criminosa foi desarticulada. Outros dois líderes já estão presos em Goiás, um terceiro no Mato Grosso, e apenas um, que mora em São Paulo, está foragido. A defesa do advogado ainda não foi localizada para se pronunciar.

Calisto Abdala foi o segundo advogado criminalista preso em Goiás, este mês, suspeito de envolvimento com uma organização criminosa. No último dia 4, Emerson Tadeu Vita Ferreira também foi preso, junto com um ex assessor do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), por suspeita de falsificação de documentos e venda de sentenças a presos. Os dois foram liberados cinco dias depois, após o vencimento da prisão temporária.

Produtos apreendidos pela PC (Foto: Divulgação/PC)