Advogados acusados de serem “garotos de recados” do tráfico são condenados em Goiânia
Sentenças variam de 8 anos e 1 mês a 10 anos e 3 meses de reclusão
A conclusão do processo judicial envolvendo os 16 advogados presos na Operação Veritas, deflagrada em setembro do ano passado, resultou em sentença condenatória por organização criminosa e associação para o tráfico. A decisão do tribunal aponta os réus como culpados pelos crimes, sendo que as penas variam de 8 anos e 1 mês a 10 anos e 3 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado.
A acusação que pesou sobre os juristas consiste no suposto repasse e recebimento de mensagens de líderes de facções criminosas durante atendimentos aos presos da Unidade Prisional Especial (PEP) de Planaltina de Goiás. Os recados, segundo a denúncia, abordavam principalmente o tráfico de drogas, incluindo orientações detalhadas sobre compra e venda.
Embora os réus tenham negado a autoria das ações atribuídas a eles, a magistrada ressaltou na sentença que a materialidade dos crimes foi sustentada por uma série de evidências. Entre elas, estão os relatórios de inteligência elaborados pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), áudios contendo os diálogos entre os acusados, análises de aparelhos celulares apreendidos e depoimentos testemunhais obtidos em juízo.
A juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados Por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, enfatizou que, com base nas provas apresentadas, os advogados se valeram de suas prerrogativas profissionais e das conversas mantidas em parlatório na unidade prisional para estabelecer um canal de comunicação entre os detentos vinculados a facções criminosas e suas atividades ilícitas dentro e fora da prisão.
Até a publicação desta matéria, a defesa dos acusados não foi encontrada para comentar a decisão. O espaço permanece aberto para manifestação.