CONTRA COVID

“Álcool estimula o convívio acalorado”, diz secretário de Saúde de Goiás

É possível que, ainda nesta terça-feira (26), o governador Ronaldo Caiado (DEM) publique no Diário…

“Se necessário, partimos para medidas mais drásticas”, diz secretário de Saúde sobre restrições
“Se necessário, partimos para medidas mais drásticas”, diz secretário de Saúde sobre restrições

É possível que, ainda nesta terça-feira (26), o governador Ronaldo Caiado (DEM) publique no Diário Oficial do Estado o decreto de lei que determina lei seca para bares, restaurantes e similares, a partir das 22h. Nas redes sociais, o anúncio do texto levantou questionamentos, como: “Por que depois das 22h?”, “Por que agora e não durante as eleições?” e se não seria uma medida “branda”. “Se houver necessidade, partimos para medidas mais drásticas, mas por enquanto não”, afirmou o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino.

O titular da pasta também comentou as demais perguntas. Segundo ele, com a redução do consumo de álcool, se imagina que as pessoas possam ir mais cedo para casa e reduzir a “alteração” na hora de deixar de utilizar a máscara. “O consumo estimula o convívio mais acalorado, mais afetivo, o que vai contra o distanciamento.”

Ele complementa dizendo que a Covid-19 está ativa 24h, mas esta medida pode diminuir o contato entre pessoas fora de casa, além de desconhecidos, o que já favorece a prevenção.

Eleição

Sobre o período de eleição – de setembro a novembro –, Ismael lembra que naquele momento houve uma queda sustentável, o que era um ciclo natural do vírus. “Sabíamos que em algum momento subiria [o contágio]”, expôs.
Contudo, apesar de entender que aglomerações durante o pleito ou festas de fim podem ter influenciado, ele garante que não é possível atrelar somente a isso.

“É do próprio ciclo do vírus. Manifestação nas pessoas, indução ou não de produção de anticorpos”, diz e exemplifica: “Vários países sem eleição tiveram casos ampliados. Não dá para atribuir a uma coisa só.”

Questionado se a lei seca pode resolver a situação, ele diz que, pelo menos, contribui. “E a medida é relativamente branda, porque o Caiado não quer fazer, neste momento, o fechamento do comércio. Acreditamos em um convívio saudável entre saúde e economia. Mas conscientização é fundamental”, apela.

Lei seca

A lei seca para bares, restaurantes e similares foi proposta por Caiado, na tarde de segunda (25), em reunião com prefeitos de Goiás. O encontro virtual realizado reuniu 141 gestores municipais. Deste número, 125 foram favoráveis à proposta. Novo decreto, com as condições previstas para cada tipo de estabelecimento, deverá ser publicado nesta noite de terça (26).

Na reunião, o governador lembrou, entretanto, que cabe aos prefeitos – e não a ele – assinar decretos com este teor. “Quem dá alvará de funcionamento são as prefeituras”, disse Caiado. “O que for deliberado pela maioria é o que vou acolher.”