APARECIDA

Alto da Boa Vista: ocupação com mais de 800 famílias está sob risco de despejo

Famílias ainda temem que sejam jogadas na rua sem qualquer alternativa ou política pública de habitação

Em audiência com ocupantes do Alto da Boa Vista, juíza mantém decisão de despejo

Mais de 800 famílias que vivem na ocupação Alto da Boa Vista, em Aparecida de Goiânia, estão novamente sob risco de despejo. Isso porque a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu os despejos durante a pandemia, chegou ao fim em outubro de 2022. Agora, os moradores do local aguardam negociações, que podem tirá-los ou não do terreno.

Existente desde 2018, a ocupação hoje conta com cerca de 4 mil pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças. Na segunda-feira (17), o local recebeu a visita da Comissão de Mediação de Conflitos do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), criada após recomendação do STF para buscar soluções para as áreas ocupadas.

As negociações, que se dão de forma pacífica e com diálogo com a comunidade, são vistas como positivas pelo Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino e pelo Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos de Goiás. Isso porque, durante a visita no local, representantes da Prefeitura de Aparecida de Goiânia e Secretaria Municipal de Habitação manifestaram interesse em promover a regularização fundiária, que inclui a aquisição da área.

A compra do terreno seria viabilizada por meio da união dos governos federal, estadual e municipal na formação de um consórcio para garantir a moradia das 800 famílias. Além disso, existe uma sinalização positiva também da Agência Goiana de Habitação (Agehab) de participar desta solução.

Apesar do resultado considerado positivo após a visita da Comissão, as famílias ainda temem que sejam jogadas na rua sem qualquer alternativa ou política pública de habitação. Os moradores estão receosos com as decisões futuras e aguardam uma solução que garantam o direito à moradia.