Crise

Alunos protestam contra possíveis cortes de verbas à UEG

Alunos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) protestam, desde a manhã desta quarta-feira (11), na…

Alunos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) protestam, desde a manhã desta quarta-feira (11), na BR-060, em Anápolis, a cerca de 50 quilômetros de Goiânia. A principal reivindicação é contra o possível corte de verbas na universidade e dos principais programas de ciência, pesquisa e extensão do Estado. O manifesto teve o auxílio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo o estudante do curso de Farmácia, Aparecido Júnior, a principal reivindicação seria a queda dos valores repassados à universidade. A provável redução está em um decreto que tramita na Assembleia Legislativa. O intuito é alterar o artigo 158 da Constituição Estadual que faz com que o piso de 3,25% destinados para ciência e tecnologia passe a ser o teto.

“Isso é uma vergonha, pois não temos nem papel higiênico no banheiro ou folhas para impressões de provas. Essa redução impacta na falta de produtos para a realização de aulas práticas aos estudantes. Isso porque a universidade cobra R$ 120 para a realização do vestibular”, destaca Aparecido.

Segundo ele, cerca de 200 estudantes, de diversos campus, já passaram pela manifestação que deve se estender até à noite. “Se a situação de cidades maiores está assim, imagina em municípios menos desenvolvidos. A situação pode estar bem pior”, conta.

As aulas na UEG estão paralisadas e isso deve se estender até  sexta-feira (12), quando haverá uma reunião entre professores e reitoria. Por meio de nota, a instituição destacou que “buscará todas as alternativas para sanar as demandas possíveis de serem resolvidas no âmbito da UEG”. Leia a nota completa abaixo.

Com relação à paralisação realizada por alunos do Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas da UEG nesta quinta-feira, 11, a Universidade Estadual de Goiás informa que na tarde da última segunda-feira, 8, se reuniu com os estudantes e que ficou acordado que a Instituição buscará todas as alternativas para sanar as demandas possíveis de serem resolvidas no âmbito da UEG. Na oportunidade, toda a equipe gestora da UEG também foi colocada à disposição dos estudantes para dar continuidade aos diálogos. A Instituição entende e respeita o direito de sua comunidade acadêmica à livre manifestação.

O Mais Goiás também procurou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação (Sedi) que informou que não vai se manifestar “em respeito à autonomia e independência da UEG.”

Veja o vídeo da manifestação

 

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Dificuldades

A UEG vem passando por impasses desde o começo do ano. Professores que não receberam o mês de dezembro e outros benefícios entraram em greve e alguns campus da instituição estão paralisados: Itapuranga, Itumbiara, Uruaçu e da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (Eseffego Goiânia).

Além disso, o então reitor da universidade, Haroldo Reimer, é investigado por possíveis irregularidades em contratos realizados por funcionários por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Segundo a Controladoria-Geral do Estado (CGE), há falta de documentação que comprove carga horária e execução dos serviços dos profissionais em 2018. Os valores chegariam a R$ 4 milhões.

Haroldo pediu afastamento do cargo pois considera a renúncia humilhante, já que as investigações ainda estão em curso. Em coletiva de imprensa no último dia 28 de março, ele destacou que iria focar na defesa nas investigações. “A reputação você constrói ao longo de muito tempo. Quando você a vê sendo abalada, de uma hora para outra, mexe muito com a pessoa”, avaliou.

 

Protesto UEG (Foto: Leitor | Mais Goiás)

Protesto UEG (Foto: Leitor | Mais Goiás)

Protesto UEG (Foto: Leitor | Mais Goiás)