VIOLÊNCIA

“Idoso precisa sair, dançar”, diz delegado sobre violência contra idosos, em Anápolis

A Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso em Anápolis (DEAI) registra, diariamente, cerca de 10…

Delegado do idoso em Anápolis Manoel Vanderic. (Foto: Reprodução)
Delegado do idoso em Anápolis Manoel Vanderic. (Foto: Reprodução)

A Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso em Anápolis (DEAI) registra, diariamente, cerca de 10 a 15 denúncias de violência contra o idoso. É o que afirma o delegado titular da pasta, Manoel Vanderic. Para o delegado, a qualidade de vida nessa fase da vida deve ser algo observado por parentes e amigos ao cuidarem de um idoso.

“É uma polêmica, mas o idoso não deve viver preso. Ele precisa continuar fazendo as coisas na maior normalidade possível: sair, dançar, fazer o que ele tiver vontade. Isso implica diretamente na qualidade de vida dele”, explica Manoel.

Quanto aos números de denúncia, Vanderic diz que cada situação deve ser analisada individualmente.

“As denúncias chegam diariamente, temos hoje mais de 40 casos que ainda precisamos averiguar a situação. Tem horas que você sai e é um caso mais grave em outras situações, é uma denúncia de algum familiar que deseja prejudicar a família que cuida do idoso”, ressalta Vanderic.

O delegado ainda destaca a peculiaridade em que esses casos devem ser tratados pelas autoridades que o cercam.

“90% desses crimes são praticados por filhos e netos. O idoso ainda tem vergonha de procurar a polícia, muitos declaram com orgulho de que durante décadas de vida nunca precisaram procurar ou sequer entrar em uma delegacia”, ressalta Vanderic.

Para o delegado, o maior desafio é convencer o idoso de que ele precisa de ajuda, “Prender o autor ou formalizar o inquérito policial é simples, na maior parte das vezes não existe testemunhas e a vítima não quer falar, justamente por medo da prisão do seu ente familiar, o que nos traz respaldo para atuação é uma equipe humanizada que tenta mostrar para a vítima que o nosso papel é auxiliá-la do que prender seu próprio filho”, ressalta.