TRANSPORTE

Motoristas de transporte escolar em Anápolis relatam descaso e abandono

Motoristas de vans escolares de Anápolis ainda sofrem com o impacto gerado pela pandemia. Desde…

Van de motorista de transporte escolar parada a mais de 18 meses. (Foto: Arquivo Pessoal)

Motoristas de vans escolares de Anápolis ainda sofrem com o impacto gerado pela pandemia. Desde a suspensão das aulas presenciais a classe ainda não recuperou o efetivo de alunos e pedem atenção por parte do poder público.

Leonardo Ângelo, é motorista de transporte escolar há mais de 8 anos em Anápolis. À reportagem, ele contou que o desgaste só não foi maior, pois comprou um carro para tentar outras alternativas no mercado.

“Depois da pandemia pra cá, nós fomos largados. O sentimento que eu tenho é de abandono, todos os alunos saíram da van, a única ajuda que nós tivemos foi de um crédito que o juros é pesado. Temos contas para pagar, 1 ano e 8 meses parado e até os impostos não nos isentam”, lamenta Angelo.

O Mais Anápolis ouviu diversos motoristas, como Geraldo dos Reis Fernandes, que também pede apoio das autoridades. Ele conta que chegou a falar com vereadores e prefeito para negociar os impostos, mas que não obteve retorno.

“A gente espera que as aulas voltem logo ao normal, pois muitos colegas estão sem renda e sem como pagar o juros e multa alto, que cobram da gente”, explica Reis.

Outro motorista relatou ainda a falta de apoio do governo federal. “ Nem o auxílio emergencial a gente pode pegar, pois nossa renda declarada era maior do que o permitido, entretanto a realidade não foi essa. Precisamos de doações de cesta básica”, relata Sandro Gonçalves, motorista de transporte escolar que retornou aos trabalhos recentemente.

Linha de crédito como única solução

Em junho de 2020, o Governo de Goiás liberou uma linha de crédito que liberaria R$18 milhões, por meio do programa Goiás Empreendedor, para o atendimento de dois mil empresários que trabalham com vans e ônibus escolares.

Na ocasião foi disponibilizado R$ 9 mil para cada operação, divididos em três parcelas mensais de R$ 3 mil, com 12 meses de carência e 48 meses no total para pagamento, a juros de 0.8% ao mês. A motorista Ana maria, relatou a reportagem que ainda que a oferta fosse boa, sem o retorno aos trabalhos, a situação complicaria ainda mais para a classe.