TRANSPARÊNCIA

Após fura-fila, Pires do Rio divulga dados da vacinação

Após a polêmica vacinação irregular do ex-secretário de saúde, Assis Silva, e da esposa (ambos…

Após casos de fura-fila envolvendo o ex-secretário de saúde, Pires do Rio passou a divulgar os dados sobre vacinação contra covid. (Foto: Jucimar de Sousa)
Após casos de fura-fila envolvendo o ex-secretário de saúde, Pires do Rio passou a divulgar os dados sobre vacinação contra covid. (Foto: Jucimar de Sousa)

Após a polêmica vacinação irregular do ex-secretário de saúde, Assis Silva, e da esposa (ambos fora do grupo de risco) contra a Covid-19, a Prefeitura de Pires do Rio passou a divulgar os dados sobre a imunização no município. Desde a última sexta-feira (29), o site oficial da gestão contém informações sobre todas as doses já aplicadas até então.

No portal, em uma aba denominada “lista de vacinação da Coronavac 2021”, é possível acompanhar as informações acerca dos vacinados. Na planilha, constam o nome da pessoa imunizada, a descrição do grupo prioritário ao qual pertence; a unidade em que trabalha; o tipo de vacina e lote da vacina, bem como o nome do aplicador da dose.

As informações passaram a ser divulgadas após recomendação do Ministério Público à Prefeitura de Pires do Rio e Secretaria Municipal de Saúde (SMS). De acordo com os promotores de Justiça Fabrício Roriz Hipólito e Marcelo Borges, a lista dá transparência à vacinação, permite que a população tenha controle do processo e previne novos casos de “furada de fila”.

Na recomendação, os promotores também destacaram a necessidade do cumprimento integral dos planos nacional e estadual de vacinação. Conforme tais planos, a primeira etapa de imunização contempla idosos e pessoas com deficiência que moram em abrigo; profissionais da saúde e indígenas que vivem em aldeias.

Em caso de necessidade de alteração do grupo prioritário para atender a demanda local, a Prefeitura e a SMS devem pedir autorização prévia para a mudança.

Fura-fila

Segundo investigação do Ministério Público, o então secretário de saúde Assis Filho utilizou o cargo para vacinar a si e a esposa contra a Covid-19, mesmo nenhum deles pertencendo ao grupo de risco prioritário. Nas redes sociais, ele pediu desculpas após confirmar que vacinou a própria esposa contra o coronavírus em uma live. À época, ele disse que tomou tal atitude com o intuito de proteger a “mulher da vida” dele.

No dia 22 de janeiro, a Justiça determinou o afastamento de Assis Filho por 60 dias. Posteriormente, o secretário pediu exoneração do cargo após a repercussão do caso.

O ex-secretário terá de pagar R$ 50 mil por furar fila da vacina. Ele também deverá prestar serviço comunitário. Medidas foram determinadas em um acordo com o MP para que a investigação vire um processo criminal na Justiça.