Crise na saúde

Após reunião, médico revela ‘tom ameaçador’ da SES em relação à paralisação no Hutrin

Após o Mais Goiás ter noticiado, na quinta-feira (22), que médicos do Hospital de Urgências…

Após o Mais Goiás ter noticiado, na quinta-feira (22), que médicos do Hospital de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin) denunciaram falta de pagamento por “birra política”, membros da Secretaria de Estado da Saúde (SES) se reuniram na sexta-feira (23) com profissionais e representantes do Instituto CEM, Organização Social (OSs) que assumirá a gestão da unidade. A conversa, porém, não foi agradável, de acordo com médico partícipe do encontro, visto que a categoria afirma ter notado um “tom ameaçador” do Governo.

Isso porque a classe médica iniciou uma ação no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para protestar contra os mais de 40 dias de atrasos nos salários da categoria naquela unidade. “Fizemos um movimento legítimo de paralisação junto à entidade. Ao passarmos de 40 dias sem pagamento, notificamos o Estado de que paralisaríamos totalmente as atividades após mais 15 dias, caso a situação não mudasse”, reforça o profissional.

Para ele, o propósito da iniciativa foi passar uma mensagem aos trabalhadores. “Era como se quisessem dizer: ‘se quiserem manter seus empregos, façam o que queremos’, porque pediram que suspendamos a ação no Cremego para a unidade voltar a funcionar na próxima terça-feira ( 27)”, sublinhou.

 

Cremego orienta contra 'blindagem jurídica para erros médicos’ (Foto: Reprodução / Internet)

Cremego (Foto: Reprodução)

Pagamento

Sobre os salários atrasados, a perspectiva dos médicos também é insatisfatória, já que a SES teria afirmado que a Gerir é responsável pelos vencimentos. “A secretaria se isentou da responsabilidade. Deixou claro que, para recebermos, teremos que cobrar da Gerir e não deles. Também ficou evidente que o Instituto CEM ‘não pode e nem vai’ assumir a dívida”.

Conforme expõe o profissional, a situação é indignante. “Querem que trabalhemos como se nada estivesse acontecendo, mas se quisermos ver nossos direitos garantidos teremos que correr atrás por conta própria. É triste ver a situação de colegas, há meses sem receber, mas que dependem do dinheiro para se manter e cuidar dos filhos”.

Resposta

Em nota, a SES-GO esclarece que “tem feito os repasses à Gerir e que o Hutrin retomará a normalidade em todo o atendimento a partir de terça-feira (27), quando passará a ser administrado pelo Instituto CEM“.

A Secretaria orienta as demais unidades de saúde a “absorverem as demandas do Hutrin”, sobretudo, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) por “também abranger Trindade“.

Sobre os contratos, a nota continua. “Será feita uma anotação nas carteiras de trabalho, na qual o empregador deixa de ser a Gerir e passa a ser o Instituto CEM. Todas as responsabilidades, daquela data em diante, passam a ser do CEM“.

A SES-GO conclui informando que excluem-se dessa situação os trabalhadores que não desejarem mais continuar. “Nesses casos, será dada baixa na carteira de trabalho, com o pagamento dos seus respectivos direitos. Os salários de outubro deverão ser quitados pela Gerir“.

O Mais Goiás fez contato com a OS Gerir, mas até o fechamento da matéria, ninguém se posicionou.