E NINGUÉM FAZ NADA

Cão aparece em padaria com um dos olhos arrancados, em Aparecida

A história de um cachorro que apareceu em uma padaria com um dos olhos arrancados…

Cachorro tem olho arrancado no Jardim dos Buritis, em Aparecida de Goiânia
Cachorro tem olho arrancado no Jardim dos Buritis, em Aparecida de Goiânia (Foto: Reprodução - Arquivo Pessoal)

A história de um cachorro que apareceu em uma padaria com um dos olhos arrancados mobiliza moradores do Jardim dos Buritis, em Aparecida de Goiânia. Nessa quinta, o animal surgiu na porta do estabelecimento com larvas no local em que deveria haver um olho e a dona da padaria se prontificou a levá-lo a uma clínica veterinária. Mas a situação em que o cão se encontra revoltou muitos, que agora exigem uma investigação que leve a descobrir quem negligenciou ou maltratou o bicho.

“Eu vou correr atrás disso, de procurar as autoridades, e tentar de todas as formas possíveis colocar a pessoa que fez isso na cadeia”, afirma Andressa Deolanda, que cuida das redes sociais do pet shop para onde o cachorro foi levado. Em contato com o Mais Goiás, Andressa diz que há relatos de outros animais vítimas de maus-tratos no bairro, mas não há indícios que sobre a autoria dos crimes.

Um homem, que preferiu não se identificar e ajudou nos primeiros cuidados ao cachorro, descreve o animal como extremamente dócil e se diz revoltado. “Nem pensamos em ligar para a polícia, só procuramos uma ONG, que foi quem levou o cachorro para um veterinário. Nossa prioridade foi cuidar dele”.

A reportagem tenta contato com a associação de animais que resgatou o cachorro, a fim de saber qual o estado de saúde dele. Porém, até a publicação da reportagem, não houve retorno. De acordo com o morador que ajudou no resgate, ele deve passar por uma cirurgia. Também ficou sob responsabilidade da ONG arcar com os custos do tratamento.

O cachorro que teve o olho arrancado tem dono?

Segundo Andressa, depois que a história repercutiu no bairro, uma mulher apareceu e disse que é a dona do animal. Segundo a suposta tutora, o cachorro fugiu de casa no natal e, desde então, a família procurava por ele. Mas a proprietária garante que não é culpada pelos maus-tratos.

Andressa afirma que ainda não teve a oportunidade de falar com a suposta tutora do cão. “Não consegui falar com a mulher ainda. Mas, se o animal é dela, ela precisa se responsabilizar por ele, pagar o tratamento e por tudo que ele vem sofrendo. Caso ela desista dele, eu mesma quero adotá-lo”, afirmou.

O Mais Goiás também tenta localizar a suposta dona do animal, para entender o que pode ter ocorrido.

Outros animais

A social media afirma que sua maior preocupação agora são outros animais que, possivelmente, possam ser vítimas da mesma pessoa que arrancou o olho deste cão. Andressa afirma que muitos moradores à procuraram e relataram casos de maus-tratos que vêm ocorrendo no bairro recentemente.

“Já encontraram pato sem cabeça, gato machucado, e uma moça disse ter visto outro cachorro sem um olho pelas ruas. Mas a gente ainda não conseguiu imagens, provas, de todos esses outros casos. O que a gente quer mesmo é que as autoridades façam algo, que os moradores e donos de animais fiquem em alerta, de olho para evitar mais casos”, explicou Andressa.

Investigação

Nem Andressa, nem o morador que ajudou no resgate fizeram o boletim de ocorrência do caso. Por conta disso, a Polícia Civil aponta que não estava sabendo dos crimes e, por conta disso, por enquanto, não há nenhuma investigação.

O Grupo de Proteção Animal explica que para uma pessoa ser condenada pelo crime de maus-tratos é necessário que ela tenha praticado o crime com a intenção e a vontade de provocar sofrimento ao animal.

Em outras palavras, é considerado maus-tratos quando alguém não se importa com a vida ou saúde do animal. Não configura maus-tratos, por exemplo, se o tutor não tiver condições financeiras para tratá-lo.

A pena para esse tipo de crime é de até cinco anos de prisão, caso o crime tenha sido cometido contra cães e gatos. Caso o delito tenha acontecido contra outros animais, a pena é de até um ano.