CRISE HÍDRICA

Cinco municípios de Goiás já fazem rodízio de abastecimento de água

Ao menos quatro municípios atendidos pela Saneago já aderiram ao rodízio de abastecimento. Outros dois enfrentam crise hídrica

crise hídrica
Governo recomenda estender restrições no uso de água de usinas até outubro/2022 (Foto: Ilustrativa - Agência Brasil)

Ao menos cinco municípios de Goiás aderiram ao rodízio de abastecimento de água em decorrência do período de estiagem. Segundo a Saneago, em Goianésia, São Luís de Montes Belos e São Luiz do Norte o sistema de rodízio está em vigor desde o início da semana. Em Crixás, o sistema deve ser implementado a partir de amanhã (16). Já Senador Canedo não aderiu ao sistema, mas enfrenta dificuldades no abastecimento com falta d’água em pontos específicos.

De acordo com a Saneago, somente esses quatro entre os 226 municípios atendidos pela companhia tiveram que aderir ao sistema de rodízio de abastecimento até agora. A companhia considera uma “média melhor que nos demais estados brasileiros com alerta hídrico”, mas que “o prolongamento da estiagem, drástica diminuição da umidade, chegando a 12%, e aumento do consumo de água” levaram à adoção de medidas extras para segurar o abastecimento.

Entre essas medidas, segundo a Saneago, estão aquelas voltadas para a redução do índice de perdas na distribuição, que incluem automação de sistemas, instalação de Válvulas Redutoras de Pressão (VRPs), aumento de reservação, entre outros. Para a companhia, tais ações surtiram efeito positivo neste período de seca. “Enquanto a média nacional de perdas atinge 39%, os índices atualizados da Companhia são de apenas 26,9% para Goiás e 18,76% para Goiânia – os melhores do País”, concluiu.

Falta d’água e rodízio de abastecimento em outros municípios de Goiás

Além dos municípios atendidos pela Saneago, outros abastecidos por companhias municipais também enfrenram problemas hídricos. É o caso de Caldas Novas, que decretou situação de calamidade hídrica e também precisou aderir ao rodízio de abastecimento. Nele, parte da cidade tem o abastecimento suspenso das 10h às 22h em dias pares e a outra em dias ímpares.

Em comunicado, o diretor-presidente do Departamento Municipal de Águas e Esgotos de Caldas Novas (Demae), Rafael Marra, disse que o sistema de captação de água do município não recebeu investimentos nos últimos 20 anos, e que mais recursos são necessários para solucionar a crise hídrica.

Postagem do prefeito Kleber Marra em que divulga decreto que determina situação de calamidade hídrica e implementa o rodízio de abastecimento ( Foto: Instagram)

Já Senador Canedo informou que não há rodízio de abastecimento na região. No entanto, há registro de falta d’água nos setores Parque Alvorada e Conjunto Morada do Morro. Alguns moradores relatam que precisam fazer viagens com carrinhos de mão para buscar água em torneiras da prefeitura.

Ao Mais Goiás, o presidente da Agência Municipal de Saneamento de Senador Canedo (Sanesc), Cainã Teodoro, confirmou que há problemas pontuais de falta d’água nesses locais, mas que a Sanesc já está resolvendo com mutirões com caminhões pipas e algumas manobras no sistema. “A gente consegue pegar aquelas regiões que estão 100% abastecidas, diminuir um pouco da água delas e voltar a sobra para esses locais em crise hídrica”.

Cainã disse também que está na fase final de um projeto emergencial para a crise hídrica que deve ampliar em mais de 20 vezes a reserva de água do município. O projeto deve ser finalizado até o final de outubro.