OPERAÇÃO

Codego: valor da extorsão variava de R$ 4 mil a mais de R$ 100 mil, diz delegada

Segundo a delegada Débora Melo, que nesta quinta-feira (13) comandou uma operação que prendeu 14…

Extorsões iam de R$ 4 mil a mais de R$ 100 mil, diz delegada sobre caso Codego
Extorsões iam de R$ 4 mil a mais de R$ 100 mil, diz delegada sobre caso Codego (Foto: Governo de Goiás)

Segundo a delegada Débora Melo, que nesta quinta-feira (13) comandou uma operação que prendeu 14 suspeitos de extorquir empresários que procuravam a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codego) para instalar empresas em áreas pertencentes ao Governo de Goiás, as extorsões variavam de R$ 4 mil a mais de R$ 100 mil. Segundo ela, apesar de, até o momento, só nove empresários terem sido identificados, os golpes ultrapassaram R$ 1 milhão.

“Não eram valores certos, tinham algumas nuances. Algumas vezes cobravam mais de R$ 130 mil.” Segundo ela, ocorria um golpe por processo de instalação – e cada empresário era um processo. “Dois fizeram a denúncia e nós chegamos em mais nove.” Os nove, ela revela, indicaram que as extorsões ocorreram entre 2016 e 2018.

“Acreditamos, então, que se concentrou nesse período, mas ainda não dá para dizer.” Questionada sobre os números, uma vez que os golpistas viviam vidas de luxo ainda hoje, ela afirma que, aparentemente, alguns construíram patrimônio, que permaneceu. Além disso, em entrevista mais cedo, a delegada afirmou que o número de empresários extorquidos pode ser maior. Nomes e idades dos 14 presos não foram divulgados.

Operação

Foram 14 prisões e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Caturaí, Goiânia, Catalão, e Cristianópolis. Sete dos presos, segundo a polícia, ocuparam cargos comissionados em áreas estratégicas da Codego, desde quando a companhia ainda se chamava Goiás Industrial. Dois investigados seguem foragidos, entre eles um ex-vereador de Catalão.

“O que nós apuramos foi que, na gestão passada, esse pessoal montou uma verdadeira organização criminosa, onde empresários que buscavam a Codego a fim de conseguirem áreas em distritos agroindustriais da companhia para instalar suas empresas eram procurados, e obrigados a pagar propina para dar andamento aos processos. Há casos até de empresários que já estavam instalados e também eram obrigados a pagar os valores que eles exigiam, sob ameaça de serem despejados”, descreveu a delegada mais cedo.

Ainda de acordo com Débora Melo, que eles chegavam a emitir recibos dos valores pagos como propina. Um dos investigados, descobriu a polícia, usou cheques recebidos como propina de um empresário para comprar uma camionete importada de alto luxo.

No apartamento de um dos presos na operação desencadeada pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) hoje, no Jardim Goiás, em Goiânia, os agentes encontraram uma adega repleta de vinhos importados, e seis armas de fogo que, segundo a polícia, valem mais de R$ 100 mil. A polícia também detectou que além de comprarem carros esportivos do ano, e morarem em endereços de alto luxo, parte dos investigados viajou mais de uma vez, em poucos meses, para fazer turismo em outros países.

Nota da Codego

“A atual administração da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), por meio do presidente Renato de Castro, manifesta integral apoio às ações da Polícia Civil, inclusive nas investigações a respeito da atuação de antigos funcionários do órgão em gestões anteriores, entre os anos de 2016 e 2018, e se coloca à disposição das autoridades.

A Codego reforça que tomou diversas medidas de controle interno e externo, como fortalecimento dos departamentos de controle, transparência e compliance, modernização dos regulamentos e investimento na qualificação dos colaboradores, além da contratação de uma empresa especializada em auditoria externa”.

Leia mais:

Ex-servidores da Codego mantinham vida de luxo com dinheiro de extorsão, diz polícia