OPERAÇÃO CERRADO VIVO

Com média de 6,5 mil incêndios em vegetação por ano, bombeiros se preparam para estiagem em Goiás

O Corpo de Bombeiros de Goiás lançou, nesta terça-feira (31), a segunda fase da Operação…

Advogado considera edital de concurso dos Bombeiros por diferença de vagas entre homens e mulheres
Advogado considera edital de concurso dos Bombeiros por diferença de vagas entre homens e mulheres (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

O Corpo de Bombeiros de Goiás lançou, nesta terça-feira (31), a segunda fase da Operação Cerrado Vivo. Nesta etapa, o objetivo é dar início às atividades de combate aos incêndios florestais em todo território goiano. Isso porque Goiás vai passar pelo período de estiagem de maio até meados de outubro.

Conforme os especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é neste período do ano que as chances de chuva são menores. Entre as consequências disso estão a baixa umidade relativa do ar, aumento da temperatura ambiente e queimadas espontâneas.

Incêndios florestais e ações humanas

De acordo com os Bombeiros, em 2021 as equipes atenderam 9.332 ocorrências de incêndio em Goiás. A maior parte delas foi acionada na região metropolitana de Goiânia, para relatar a respeito de queimadas em lotes baldios e matagais. Outro ponto alarmante é que, destes casos, a maioria dos incêndios foi causado por ação humana.

Os militares afirmam que quando os incêndios acontecem de forma espontânea, são considerados benéficos para a germinação de sementes e para a ciclagem de nutrientes do solo. No entanto, as ações humanas têm feito com que fogo criminoso se alastre por regiões cada vez mais extensas, ocasionando, muitas vezes, o esgotamento das terras, erosão e o extermínio de espécies nativas.

Levantamento feito pelos Bombeiros revelou que, de 2011 à 2021, a corporação já atendeu uma média 6,5 mil ocorrências de combate a incêndios em vegetação por ano.

Ação humana iniciou incêndio de 12 dias na Chapada dos Veadeiros, diz polícia

Investigações apontam quatro pessoas responsáveis pelo crimes, todas já indiciadas (Foto: ICMBio/Divulgação)

No ano passado quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil suspeitas de terem provocado focos de incêndio que, em 10 dias destruíram uma área de quase 29 mil hectares na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás. De acordo com as investigações, apenas um dos indiciados foi o responsável por 50% da imensa área devastada pelas chamas.

Cerrado Vivo

Na primeira etapa da operação, equipes do Corpo de Bombeiros realizam ações de prevenção e preparação, de janeiro ao mês junho. Neste primeiro semestre são feitas parcerias com sindicatos rurais, treinamento de brigadas para atuação em áreas rurais, distribuição de cartilhas educativas e visitas em propriedades rurais. Tudo isso para garantir a conscientização da importância da preservação do meio ambiente.

Já na segunda etapa, que vai de julho a dezembro, é a fase de resposta quando há emprego de reforço operacional para o combate dos focos de incêndio em todo Estado de Goiás. De acordo com a corporação, esquipes especializadas terão o reforço de Drones, que monitoram áreas sujeitas aos incêndios nesta época do ano, devido à baixa umidade relativa do ar e aumento da temperatura ambiente.

Estiagem mais intensa em 2022?

Ao Mais Goiás, o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) explicou que em 2021 houve a ocorrência do fenômeno La Niña que, entre outras coisas, provoca um aumento de chuvas no Norte do pais e diminuição no sul. As previsões para 2022 indicam que ainda estamos sobre influência do fenômeno, que pode durar até o fim do inverno. Portanto, a expetactiva é que Goiás passe por um período seco parecido com o de 2021.

Especialistas do Inmet afirmam que, durante o período de estiagem, é esperado que as chuvas sejam mais escassas na região central do Brasil. O ápice dos níveis mais baixos de umidade são entre setembro e início de outubro. No entanto, as oscilações de umidade entre 15% e 30% no período da tarde pode ocorrer de maio a outubro, pois é quando as chamadas “massas de ar seco” começam a surgir.

“No momento as previsões dos modelos meteorológicos apontam para ocorrência dentro da média climatológica. Mas a cada mês atualizamos o prognóstico e isso pode mudar, para um tempo seco mais intenso ou mais ameno”, declarou o Inmet.

Na tabela abaixo há um exemplo da precipitação no ano de 2021, em Goiânia, e a chamada climatologia – em que considera a média de chuvas nos últimos 30 anos. Nota-se que de maio a setembro há uma queda no valor de precipitação, o que corresponde ao período seco, e esta tendência se reflete na precipitação ocorrida no ano passado.

Em geral, o nosso período de estiagem ou com menor possibilidade de ocorrência de chuvas costuma durar de 5 a 6 meses, climatologicamente falando de maio a meados de outubro. (Fonte: Cimehgo)

Em geral, o nosso período de estiagem ou com menor possibilidade de ocorrência de chuvas costuma durar de 5 a 6 meses, climatologicamente falando de maio a meados de outubro. (Fonte: Cimehgo)