Liberdade Provisória

Com tornozeleira eletrônica, João de Deus deixa Núcleo de Custódia

Após passar um ano e três meses detido, o médium João Teixeira de Faria, o…

João de Deus chega ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia
Foto: G1 Goiás

Após passar um ano e três meses detido, o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, deixou o Núcleo de Custódia, na tarde desta terça-feira (31), para cumprir prisão domiciliar. De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o líder religioso saiu com o monitoramento eletrônico por tornozeleira.

A decisão judicial para que o médium pudesse cumprir prisão em casa saiu na última sexta-feira (27) e foi dada pela juíza Rosângela Rodrigues, da Comarca de Abadiânia. Além da tornozeleira eletrônica, o médium também teve o passaporte retido. Ele também não pode ir à Casa Dom Inácio de Loyola e nem manter contato com nenhuma testemunha do processo.

Apesar de fortes rumores apontarem que o médium fique na residência de Anápolis, a defesa de João não confirmou o local por questões de segurança.

Caso João de Deus

João de Deus está preso desde 16 de dezembro de 2018 após diversas denúncias de crimes sexuais. De lá para cá, ele teve habeas corpus negados, uma fazenda invadida por integrantes do Movimento Sem Terra (MST) e Movimento Camponês Popular (MCP), abandono de advogados do caso e três condenações: uma de quatro anos, em regime aberto, no caso de posse ilegal de armas de fogo, outra de  19 anos de prisão por crimes sexuais – sendo a primeira por esse tipo de crime e a última em 40 anos, também por crimes sexuais contra cinco vítimas.

Ambas as decisões são da juíza Rosângela Rodrigues. João de Deus sempre negou os crimes. Mesmo preso, o médium continuava a lucrar com a rede internacional que atrai diversos turistas à Casa Dom Inácio de Loyola, segundo uma reportagem da IstoÉ. A revista Veja também mostrou que João de Deus continua fazendo ‘milagres’ dentro da cadeia.

Em janeiro deste ano, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu a 12ª denúncia contra o médium e, junto com ele, outros dois guias também foram inclusos no documento. De acordo com o órgão, eles tinham conhecimento do crime cometido pelo médium e não fizeram nada para impedi-lo com o propósito de ganhar mais prestígio dentro da Casa.

Nesse período encarcerado, o médium acabou visitando hospitais em três ocasiões. Em uma delas, foram mais de 70 dias internados para cuidar de um aneurisma da aorta abdominal e, posteriormente, de uma pneumonia. A mais recentes delas foi no último dia 11 de março.

O médium foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Flamboyant e, logo depois, transferido para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Ele foi submetido a exames e liberado no mesmo dia.