Conselho de Arquitetura critica retirada de árvores na avenida Rio Verde, entre Goiânia e Aparecida
A obra de revitalização da Avenida Rio Verde, realizada pelas prefeituras de Goiânia e Aparecida,…
A obra de revitalização da Avenida Rio Verde, realizada pelas prefeituras de Goiânia e Aparecida, prevê a retirada de 132 árvores do canteiro central em 5,5 km da via (entre o terminal Cruzeiro, no Jardim Nova Era, e a GO-040, no Jardim Presidente). Apesar de reconhecer o projeto como importante, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) aponta preocupação na remoção da flora.
“A retirada de árvores da avenida Rio Verde vai contra a proposta divulgada pelas prefeituras de proporcionar saúde e bem estar aos cidadãos”, diz trecho da nota, que segue: “Consideramos importante que os projetos levem em conta o aproveitamento da vegetação pré-existente e opte por sua retirada apenas em último caso – principalmente quando se trata de espécies de grande porte e já adaptadas ao local. A vegetação tem importância crucial para melhorar o microclima da cidade, reduzir os níveis de poluição atmosférica e sonora, promover a permeabilidade do solo e preservar a paisagem.”
Ainda de acordo com o texto, as árvores que foram ou ainda serão derrubadas devem ser substituídas na própria via. “É importante que os Municípios se atentem para o papel da arborização no meio urbano, considerando inclusive as mudanças acarretadas pela crise climática em curso.”
A prefeitura de Aparecida informou ao Mais Goiás que projeto “mantém a sustentação de quase 300 árvores e prevê a compensação ambiental das 132 árvores” serão retiradas. O portal também procurou a prefeitura de Goiânia, mas até o fechamento não houve retorno.
Nota da prefeitura de Aparecida
“Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida (SEMMA) informa que o projeto de revitalização da Avenida Rio Verde, que está sendo executado em conjunto com a prefeitura de Goiânia, mantém a sustentação de quase 300 árvores e prevê compensação ambiental das 132 árvores que estão sendo retiradas em razão das raízes expostas e outras circunstâncias. O projeto irá contemplar o plantio de outras centenas de espécies do Cerrado, no canteiro da avenida e também às margens da nascente do Córrego Buriti, na Vila Mariana.”
Nota do CAU-GO na íntegra:
“O CAU/GO vem a público manifestar preocupação com a retirada de 132 árvores na avenida Rio Verde, na divisa entre Goiânia e Aparecida, como parte de um projeto de ‘revitalização‘ da via.
A obra na Avenida Rio Verde em Goiânia e Aparecida de Goiânia é um projeto importante para os municípios, pois contempla a construção de uma ciclovia e de novos espaços públicos para uso da população, que vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida e da mobilidade urbana na região.
Porém, a retirada de árvores da avenida Rio Verde vai contra a proposta divulgada pelas prefeituras de proporcionar saúde e bem estar aos cidadãos.
Como arquitetos e urbanistas, consideramos importante que os projetos levem em conta o aproveitamento da vegetação pré-existente e opte por sua retirada apenas em último caso – principalmente quando se trata de espécies de grande porte e já adaptadas ao local. A vegetação tem importância crucial para melhorar o microclima da cidade, reduzir os níveis de poluição atmosférica e sonora, promover a permeabilidade do solo e preservar a paisagem.
Desta forma, os exemplares que foram ou ainda serão derrubados devem ser substituídos no próprio local.
O resultado de projetos de “revitalização” das últimas gestões da Prefeitura de Goiânia, que retiraram centenas de árvores, resultaram em uma paisagem urbana degradada em diversos pontos da capital – tais como avenidas 85, Universitária, Assis Chateaubriand, Goiás Norte e 4ª Radial e a quadra do estádio Olímpico, por exemplo. É importante que os Municípios se atentem para o papel da arborização no meio urbano, considerando inclusive as mudanças acarretadas pela crise climática em curso.
No caso da avenida Rio Verde, o Conselho solicitou os projetos que estão sendo executados para as prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia, a fim de analisá-los e oferecer suas contribuições no que diz respeito à arborização urbana e à qualidade dos espaços.”