TROCA ÀS PRESSAS

Crea havia recomendado remoção de placas do viaduto da T-63 em 2019

Em 2019, o Conselho de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) recomendou à Prefeitura de…

Conselho de Engenharia havia recomendado remoção de placas do viaduto da T-63 em 2019 (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Em 2019, o Conselho de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) recomendou à Prefeitura de Goiânia a remoção das placas de material de alumínio composto (ACM) do viaduto da T-63. O motivo disso, é que se trata de um material pouco seguro, já que se desgruda com facilidade e ainda é combustível. Este último fator pode ter intensificado o incêndio que atingiu o viaduto na madrugada desta sexta-feira (15).

O coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil da entidade, Ricardo Barbosa, esteve no viaduto nesta manhã. Segundo ele, o material que compõe as placas de revestimento do viaduto e que pegaram fogo, é inadequado para esse tipo de estrutura. Além disso, ele acredita que o incêndio poderia ter sido menor se não houvesse placas de ACM no local.

“Desde 2019, temos solicitado a remoção desse material nos relatórios. Do ponto de vista de segurança, frequentemente elas se soltam e caem. Se cair em cima de uma pessoa, pode causar dano muito grave. […] Não contribui do ponto de vista da segurança, atrapalha a durabilidade e a funcionalidade fica comprometida. Hoje, muito em função do desempenho do ACM, o viaduto está interditado, ou seja, a funcionalidade dele para a população não é cumprida”, explicou Ricardo.

O coordenador ainda mencionou que o viaduto Latif Sebba, na Praça do Ratinho, é outro que conta com esse mesmo revestimento. “O ideal era não ter revestimento, assim como as outras pontes e viadutos”, arrematou.

Equipe da Seinfra inicia remoção das placas de ACM do Viaduto João Alves de Queiroz, na Avenida T-63, após incêndio

Equipe da Seinfra inicia remoção das placas de ACM do Viaduto João Alves de Queiroz, na Avenida T-63, após incêndio (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

Ao Mais Goiás, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) justificou que “a atual administração municipal assumiu em 2021, antes dessa possível recomendação”, e que desde então não haviam mais sido notificados pelo Crea sobre esse assunto.

Com relação às placas de ACM na Praça do Ratinho, a pasta informou que ainda não há previsão de mudança.

Remoção das placas do viaduto da T-63

No fim da manhã desta sexta-feira (15), agentes da Seinfra começaram a remover as placas danificadas pelo incêndio no viaduto. O prefeito Rogério Cruz acompanhou os trabalhos de avaliação na estrutura do Viaduto e, após conversar com os especialistas, determinou a retirada completa das placas de ACM.

As placas, segundo o prefeito, serão substituídas por grafites nos muros, como ocorreu no Complexo Luiz José Costa, na Avenida Deputado Jamel Cecílio.

“Todos conhecem os problemas que elas causam. Antes do incidente, nós já tínhamos placas caindo, com o vento ou até mesmo a trepidação do trânsito. Já era projeto nosso a retirada, e implantar arte urbana nos viadutos”, disse o prefeito.

Avaliação preliminar aponta que incêndio não comprometeu estrutura de concreto viaduto da T-63 com 85, apenas placas de ACM

Avaliação preliminar aponta que incêndio não comprometeu estrutura de concreto viaduto da T-63 com 85, apenas placas de ACM (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

Estrutura do viaduto não foi afetada

A equipe técnica responsável pela perícia, bem como especialistas em engenharia, afirmam que avaliações preliminares não indicam danos à estrutura do complexo ou indicam infiltração, apenas danos superficiais, especialmente na pintura.

“Porém, é preciso aguardar as análises técnicas, como ensaios de integridade, para termos uma conclusão acertada”, pontuou o secretário municipal de Infraestrutura, Everton Schmaltz. Previsão é de que análise completa seja concluída neste final de semana.

Segundo Schmaltz, os laudos apontarão, além do material causador do incêndio, a ordem dos danos causados à estrutura. A partir daí, serão encaminhadas as ações de recuperação da estrutura, uma vez que se trata de viaduto em localização estratégica e a liberação do tráfego depende das orientações constantes nos laudos pelos especialistas.