SAÚDE

Conselho de Medicina de Goiás se diz contra liberação do porte e uso de maconha no Brasil

O Conselho ainda avalia que proposta de liberação da maconha é empreendida por "pequenos grupos" com "interesses escusos"

Mercado de cannabis medicinal cresceu 140% nas vendas em 2023 no Brasil Expectativa de crescimento que era de 120% foi superada
Muda de cannabis (Foto: Pixabay)

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) publicou nota, na última quinta-feira (31), em que se manifesta contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil. O assunto é pauta de um julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), e o placar está 5 x 1 pró-liberação.

Segundo o Conselho, estudos científicos demonstram não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado “a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas”.

“A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia – uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento – em indivíduos geneticamente predispostos”, argumenta o órgão.

O Conselho ainda avalia que proposta de liberação da maconha é empreendida por “pequenos grupos” com “interesses escusos” e estaria na contramão do “momento em que vivemos”.

“Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso”, conclui.

O Conselho Federal de Medicina já se manifestou contrário à liberação da maconha por algumas vezes. No ano passado, chegou a suspender “temporariamente” a resolução que restringiu a atuação dos médicos na prescrição de medicamentos de cannabis.