Bombeiros

Crescem os números de incêndios em áreas urbanas em Goiás

Os incêndios em áreas urbanas são crescentes no Estado de Goiás. Casos como o das…

Os incêndios em áreas urbanas são crescentes no Estado de Goiás. Casos como o das duas lojas atingidas pelas chamas na Vila Canaã, em Goiânia, nesta semana, são cada vez menos raros. Incidentes em pontos comerciais são mais comuns, já que muitos estão irregulares perante a vistoria do Corpo de Bombeiros. Ainda assim, residências também não estão livres desses tristes episódios.

Segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, entre janeiro e julho deste ano houve um aumento de 9,05% de incêndios em centros urbanos em relação ao mesmo período do ano passado. No total, 2016 teve 2.595 incidentes, enquanto em 2017 já são 2.830. Ou seja, 235 a mais que o registrado em 2016 no mesmo período.

Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Fernando Augusto Caramaschi, não existe um motivo comum entre os casos. “Especificamente, não há uma causa que sobreponha as outras em relação a esse aumento. Mas, o que nos preocupa é nas edificações comerciais. Praticamente todos os meses desse ano, nós tivemos quantidade de incêndios maiores do que ano passado”, ressalta.

Caramaschi fala da importância da regularização e da documentação em dia. Isso auxilia bastante e ajuda a prevenir novas tragédias. “Isso é um problema principalmente da inspeção, documentação, da regularização das empresas junto ao Corpo de Bombeiros. Estando regularizadas, passando por uma vistoria, os elementos de prevenção exigidos pelas normas estarão em dia e, consequentemente, os números de incêndio cairão.”

A abertura de empresas acabam acontecendo de forma rápida e muitas vezes não seguindo todos os parâmetros necessários para implantação de segurança do estabelecimento. “Nós [Corpo de Bombeiros] temos uma grande demanda de indústria, comércios, empresas. Atendemos por meio de solicitação no site a denúncias de pessoas que presenciam a irregularidade. Fazemos também um trabalho de pró-atividade, onde visitamos o local e vemos se há a segurança necessária. Se não houver, damos as orientações necessárias para a regularização”, acrescenta.

Nas residências, as maiorias de ocorrências se dão em período de férias. Porém, ultimamente até depois desses períodos, casos estão sendo monitorados pela corporação. “Janeiro e julho são os meses de maiores ocorrências, pois as crianças estão em casa e acabam sofrendo acidentes e brincando com produtos inflamáveis”, destaca.

Para prevenir casos desse tipo, a corporação desenvolveu um laboratório que está aberto para visitação e busca ensinar a comunidade sobre os perigos escondidos nas casas. “O laboratório está montado no nosso batalhão e conta com toda estrutura de uma casa, com móveis e tudo mais. Aqui ensinamos o perigo da vela, da sobrecarga nas tomadas, entre outros perigos.” E completa. “A utilização de vela é algo cultural, é algo comum, acabou a luz, acendemos a vela. Existe a preocupação de onde posicionar essa vela para evitar colocar perto de produtos inflamáveis, móveis, cortinas, aparelhos eletrônico, livros, que são produtos que ajudam no início e propagação de um incêndio.”

Um dos grandes causadores de tragédias em residências, segundo o tenente é o ventilador, que é esquecido ligado durante o dia e acaba gerando uma sobrecarga em seu cabo de conexão à tomada.

Os óbitos também estão na preocupação dos bombeiros. O tenente não soube afirmar se houve aumento de mortes por incêndios, mas afirmou que são intensivas as campanhas de conscientização. “Essa parte é muito importante para a prevenção, já que muitas vezes as vítimas acabam morrendo intoxicadas com a fumaça. Então, a diminuição ocorrerá com a conscientização para evitar o início do incêndio”, conclui.

O telefone de emergência do Corpo de Bombeiros é o 193, que está disponível 24 horas para atender ocorrências. As solicitações de vistorias para os estabelecimentos são feitas pelo www.bombeiros.go.gov.br, na aba de serviços.

* João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre CIEE e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo