Operação Mais Respeito

De uma vez, polícia intima 2.377 suspeitos de agressão à mulheres em Goiás

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), foi realizada a Operação Mais…

De uma vez, policia intima 2.377 suspeitos de agredir mulheres em Goiás

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), foi realizada a Operação Mais Respeito, da Polícia Civil (PC). Na ação foram feitas 423 fiscalizações de cumprimento de medidas protetivas de urgência, 2.377 intimações e a realização 2.436 oitivas. Além disso, 33 pessoas foram detidas, entre mandados de prisão cumpridos e prisões em flagrante. E ainda: 1.001 inquéritos policias foram concluídos.

“O dia da mulher é todo dia, o dia da não violência contra a mulher também” afirma a delegada Paula Meotti, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Os números da operação superaram as expectativas, segundo ela.

Medidas protetivas, ajudam a evitar o femicídio

Em 2018, de 36 mulheres que foram assassinadas, apenas três tinham solicitado medidas protetivas de urgência. “Nós solicitamos 2.604 medidas protetivas de urgência na Deam e, dentre elas, nenhuma delas veio à óbito no município de Goiânia”, afirma a delegada Paula Meotti, que destaca a importância do pedido.

De acordo com ela, o intuito é fazer com que a mulher acredite no sistema de justiça e no trabalho da polícia. Assim, elas poderão registrar a ocorrência e solicitar as medidas protetivas de urgência para que a corporação possa evitar que os crimes mais graves ocorram.

As várias formas de violência não são causadas apenas por homens, ela explica. Muitas mulheres, que vivem em relacionamentos homoafetivos, também estão em um relacionamento abusivo.  Nesses casos, os procedimentos são os mesmos, segundo a delegada.

Apesar disso, ela reforçou que este crime não será acessível à visão e a intervenção da polícia se a mulher não denunciar. “A nossa preocupação como delegacia da mulher, é fazer com que, na primeira ameaça, a mulher já nos procure. Infelizmente, muitas delas sofrem violência psicológica,  ameaças, agressões físicas durante anos sem procurar ajuda. E essas violências podem se tornar um futuro feminicídio”, lamentou.

Lei Maria da Penha

A delegada também celebrou os avanços com a Lei Maria da Penha (que trata de violência doméstica e intrafamiliar). “Em relação a Lei Maria da Penha, conseguimos a cada dia garantir uma proteção maior à mulher. Nós tivemos algumas alterações legislativas recentes na lei, como o descumprimento da medida protetiva, que agora é considerado um crime autêntico”, afirma Paula sobre as conquistas.

Além disso, de acordo com a delegada, a mulher está mais encorajada a fazer denúncias. Em sua avaliação, há uma consciência cultural maior e, a partir disso, elas conseguem identificar um relacionamento abusivo e pedir ajuda quando for necessário. “Às vezes, quando ocorre uma violência moral ou psicológica, a vítima já vai à delegacia e procura ajuda” afirma Paula.

*Laylla Alves é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira