APOIO JURÍDICO

Defensoria estuda possível atuação coletiva em apoio às famílias de mortos em Cavalcante

A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) estuda a possibilidade de atuar de forma…

A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) estuda a possibilidade de atuar de forma coletiva em apoio às famílias de mortos em Cavalcante. (Foto: reprodução)
A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) estuda a possibilidade de atuar de forma coletiva em apoio às famílias de mortos em Cavalcante. (Foto: reprodução)

A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) estuda a possibilidade de atuar de forma coletiva em apoio às famílias de mortos em Cavalcante. Segundo coordenadores do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (Nudem), abordagem policial pode ter violações de direitos humanos. Ação de policiais militares teve quase 60 tiros e deixou quatro homens mortos, no último dia 20 de janeiro.

No início desta semana, representantes do Nudem, movimentos sociais, ativistas e equipe jurídica se reuniram para discutir o caso, que tem repercutido em todo o país. Durante o encontro, os participantes relataram possíveis violações, principalmente considerando versões de testemunhas locais que confrontam a versão da PM.

A DPE disse que analisa uma possível atuação coletiva no apoio jurídico às famílias das vítimas e no acompanhamento das investigações.

Relembre a ação que deixou 4 mortos em Cavalcante

No dia 20 de janeiro, uma equipe da Polícia Militar  entrou em uma propriedade rural após receber denúncia de que lá havia uma grande plantação de maconha.

Os policiais relataram que, ao chegarem na chácara, foram recebidos a tiros e que, no confronto, quatro pessoas foram baleadas e morreram no local. Além dessas, havia mais três pessoas, que conseguiram fugir. As vítimas eram conhecidas da região e a população defende que eles não possuíam armas.

Os mortos são: Salviano Souza da Conceição, de 63 anos, morador da chácara invadida, era trabalhador rural e guia turístico; Ozanir Batista da Silva, de 47 anos, trabalhador rural desempregado; Antônio da Cunha Fernandes, de 35 anos, conhecido como Chico Kalunga, era quilombola e também trabalhador rural desempregado; e Alan Pereira Soares, de 27 anos, também desempregado, mas realizava trabalhos informais, como capinagem de terrenos.

A Polícia Militar disse que os envolvidos foram afastados das atividades operacionais. “A Polícia Militar não coaduna com desvio de conduta, esclarece que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas e que o caso será apurado com o rigor devido”, diz trecho.

Família contesta versão da PM e diz que houve chacina

Moradores e familiares do mortos contestaram a versão da PM e disseram que o caso trata-se de uma chacina.

Bruna Batista da Silva, de 24 anos, é sobrinha de Ozanir e conta que o tio era uma pessoa tranquila e se preparava para fazer uma plantação numa área próxima ao local onde aconteceu o suposto confronto.

“Meu tio se preparava para fazer uma pequena rocinha para ele e estava indo plantar milho. Ele morava em um espaço aberto. Era uma pessoa simples e trabalhava fazendo servicinhos na região, além de contar com a ajuda dos outros”, destaca.