Caso Felipe Gabriel

Delegada afirma que relacionamento entre Felipe Gabriel e ex era abusivo

Em entrevista coletiva concedida no início da noite desta quinta-feira (30), a delegada Cybelle Tristão,…

Felipe Gabriel foi ouvido pela DEAM na noite desta quinta-feira. (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Em entrevista coletiva concedida no início da noite desta quinta-feira (30), a delegada Cybelle Tristão, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Aparecida de Goiânia (DEAM), disse que Felipe Gabriel tinha um relacionamento “conturbado e abusivo” com a filha de João Leão, morto a tiros na última segunda-feira.

Além de investigado pelo homicídio do ex-policial civil, Felipe Gabriel também é suspeito de ameaça e de violência psicológica contra a ex-namorada. A denúncia de violência feita à DEAM e o vazamento dessa informação para o investigado teria sido, de acordo com a Polícia Civil (PC), um dos motivos que levaram Felipe a matar João.

Na entrevista, Cybelle afirmou que tanto a vítima quanto o suspeito trocam acusações. “A vítima alega que ele tinha ciúme dela, que a ameaçava em caso de término de relacionamento”, disse a delegada. “E ele alega que era o contrário, que se ele terminasse o relacionamento ela o procuraria. Que [ela] chegava a ameaçar também, ameaçar matar a família dele, a mãe dele”.

A delegada afirmou ainda que Felipe estava bastante acuado, arrependido, assustado com tudo o que aconteceu. “Ele disse que estava se preparando para ingressar nas forças de segurança e que a vida dele acabou”.

Cybelle Tristão, titular da DEAM de Aparecida de Goiânia. Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás

Cybelle Tristão, titular da DEAM de Aparecida de Goiânia. Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás

Próximos passos

As investigações sobre o caso de violência contra a mulher irão prosseguir. Nesta sexta-feira (1º), a polícia irá ouvir três testemunhas indicadas pelo advogado de Felipe Gabriel. Além disso, a defesa dele deve entregar também documentos e mensagens entre os dois para tentar comprovar a versão dele do caso.

“Com todas as provas juntadas aos autos é que iremos formar a convicção se ele será indiciado. De acordo com a vítima e com a família, ele era uma pessoa bastante agressiva e que proferia ameaças. Ele fala com todas as letras que ele não conseguia colocar um fim no relacionamento porque ele amava essa moça”, disse a delegada.

Prisão

Na noite desta quarta (29), a polícia localizou Felipe escondido em uma casa no Conjunto Riviera. Em entrevista coletiva à imprensa após a prisão do suspeito, o delegado Rhaniel Almeida disse que o rapaz foi capturado depois de 60 horas de buscas. A corporação recebeu uma informação de que ele estaria no setor informado e depois de uma busca por 30 endereços, ele foi localizado.

Além do suspeito, policiais também encontraram a arma usada no crime, uma pistola 9mm, e o veículo utilizado na fuga. O ex-funcionário público estava na companhia de pelo menos seis familiares, que ajudavam a escondê-lo.

“Quando a gente chegou e percebeu que ele estava lá, ele ficou tentando se esconder na cozinha. A gente conseguiu localizar ele lá, verbalizamos de maneira muito contundente e ele não esboçou reação”, afirmou o delegado.

Ainda de acordo com Rhaniel, o suspeito se mostrou “indignado” com a prisão, mas não falou nada sobre o crime até o momento. O delegado ressaltou que ele ainda será interrogado, mas que acredita que é possível que ele não tenha saído de Goiânia desde o crime.

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