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Delegado condenado por se apropriar de celulares apreendidos perde o cargo

Casos aconteceram na Delegacia da Polícia Civil de Uruaçu

Delegado condenado por se apropriar de celulares apreendidos perde cargo Casos aconteceram na Delegacia da Polícia Civil de Uruaçu

A Justiça decretou a destituição do cargo público do delegado Rafhael Neris Barboza, que foi afastado de suas funções em setembro de 2020 após ser acusado de praticar desvio, apropriação indevida e doação de itens apreendidos durante ações policiais. Os casos aconteceram na Delegacia da Polícia Civil de Uruaçu, que Rafhael passou a comandar em novembro de 2018.

Na ocasião das alegações, os testemunhos dos escrivães sugeriram que o delegado teria apropriado indevidamente de cinco celulares, um refrigerador e uma televisão de 32 polegadas. Essas apropriações teriam acontecido no ano de 2019.

De acordo com a sentença emitida pelo juiz Liciomar Fernandes da Silva, Rafhael Neris cometeu dois delitos de peculato-desvio consumado, ocasionando prejuízos ao erário público e manchando a reputação do serviço público. O magistrado concedeu ao réu o direito de apelar em liberdade.

Em seu depoimento, o delegado argumentou que, ao assumir o comando da delegacia de Uruaçu, ficou surpreso, pois o local estava deteriorado, desordenado, com lixo espalhado por todos os lados, uma sala impregnada com cheiro de maconha, desorganização no trabalho e falta de horários estabelecidos. Ele alegou que suas ações tinham o objetivo de reorganizar a situação.

Rafhael também afirmou que encontrou celulares abandonados cujos proprietários eram desconhecidos, além de uma quantia em dinheiro em espécie de cinquenta e dois mil reais, na sua sala, sem que ninguém soubesse a origem.

Rafhael Neris se tornou conhecido após sua chegada a Uruaçu, quando decidiu por conta própria reformar o edifício da delegacia local, investindo cerca de R$ 15 mil.

Quando Rafhael foi transferido para a jurisdição de São Miguel do Araguaia, substituindo o delegado Fernando Martins, que assumiu o posto em Uruaçu, as investigações começaram. Logo após sua chegada à cidade, Fernando Martins realizou um inventário para catalogar os móveis, equipamentos existentes na delegacia e os objetos apreendidos pelos policiais. A partir daí desencadeou o inquérito que passou a tramitar na delegacia de Uruaçu.

Durante a análise do inventário, Fernando identificou que Neris havia feito doações consideradas inadequadas de objetos apreendidos relacionados a cinco inquéritos policiais em andamento e a casos já encaminhados ao Poder Judiciário.

*com informações do G1