GOIÁS

Detran pagou até cinco vezes mais por cada documento emitido, diz polícia

Uma licitação fraudulenta, segundo a Polícia Civil, fez com que empresas que emitiam documentos para…

Uma licitação fraudulenta, segundo a Polícia Civil, fez com que empresas que emitiam documentos para o Detran Goiás cobrassem um valor cinco vezes maior que o praticado em outros estados. Entre 2014, e 2019, o esquema criminoso teria dado um prejuízo de R$ 26,7 milhões aos cofres do estado.

Empresas de fachada, com sócios ocultos, aponta uma investigação realizada pela Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (DECCOR), venceram, de forma fraudulenta, uma licitação realizada em 2014, e então ficaram responsáveis pela emissão dos documentos de registro, e licenciamento de veículos em Goiás. “O que nós conseguimos apurar foi que estas empresas cobravam, em média, pela emissão do CRV, e do CRLV, valores que variavam, entre R$ 2,80, a R$ 3, sendo que, em outros estados, este mesmo serviço era realizado por, R$ 0, 60”, afirmou o delegado Davi Freire, da DECCOR.

Para comprovar a fraude, 120 policiais cumpriram, na manhã desta terça-feira (14), 25 mandados de busca e apreensão na casa de representantes das empresas investigadas em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Indiara, e também no Distrito Federal. Durante as buscas, os agentes apreenderam um revólver calibre 38, que tinha registro, mas estava em nome de uma pessoa que não mora na casa onde ele foi encontrado.

O delegado disse acreditar que no máximo em 60 dias conseguirá analisar todos os documentos, e, então, poderá apontar a participação de cada um dos investigados no esquema, ocasião em que irá indiciá-los. Em nota enviada à imprensa, o Detran Goiás disse que apoia e colabora com as investigações, destacou que o contrato foi firmado na gestão passada, e que atualmente, com a nova empresa contratada para realizar o serviço, o custo caiu para R$ 0,60 por impressão. Veja abaixo a nota.

Nota do Detran

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) esclarece que apoia totalmente e colabora com a Polícia Civil que, por meio da Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação Stop Spooler. A ação investiga antigo contrato de licitação com a empresa responsável pela impressão de CRV e CRLV, que antes custava R$ 3,57 por documento ao cidadão. O contrato, feito na gestão passada, perdurou de 2014 até 2019, quando a atual gestão do Detran fez uma nova licitação e a vencedora, a Indústria Gráfica Brasileira (IGB), passou esse custo para R$ 0,60.