Mistério

DGAP quer saber como pistola que possibilitou fuga de presos entrou na CPP

Uma única pistola na mão de um detento. Isso foi o que possibilitou, na noite…

Uma única pistola na mão de um detento. Isso foi o que possibilitou, na noite desta terça-feira (23), a fuga de 24 presos que estavam recolhidos no Bloco B da Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Até o final da manhã desta quarta-feira (24), oito detentos haviam sido recapturados e um morreu durante troca de tiros com policiais militares.

Segundo o Superintendente de Segurança Penitenciária da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Jhonatan Marques Silva, o órgão trabalha agora, no sentido de descobrir como a pistola entrou na CPP. “Já abrimos um procedimento interno para investigar e sabemos que pode ter sido por meio de advogados, através de parentes, ou mesmo no meio da comida que diariamente é servida aos presos, mas o fato é que ela jamais poderia estar lá”, reclamou.

Modus operandi

Segundo Jhonatan, tudo começou quando um dos três presos que cuidam das cantinas rendeu dois agentes que estavam no pátio, desarmados. “Todo final de tarde, logo após o banho de sol, nós fazemos a chamada nominal dos detentos que já estão recolhidos nas celas e, em seguida, levamos os três que cuidam das duas cantinas. Quando o último destes três chegou na porta da cela, porém, tirou uma pistola de baixo de uma bandeja, rendeu os dois agentes que faziam a escolta, quebrou o cadeado de três celas e, na sequência, trocou tiros com um terceiro servidor, que fica armado na entrada do bloco, no que chamamos de contenção”, relatou.
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Os tiros, ainda segundo o superintendente, chamaram a atenção de outros três agentes que faziam a segurança, armados do lado de fora do bloco. No entanto, ele explica que o trio preferiu não reagir, uma vez que o reeducando tinha dois colegas carcereiros como reféns. “Após os tiros, os presos correram sem rumo e saltaram os muros dos fundos, ocasião em que conseguimos recapturar cinco deles ainda dentro da CPP e outros três do lado de fora”, pontuou Jhonathan Marques.

Serra das Areias

Um dos presos que conseguiu fugir é Thaygo Henrique Alves Santana, de 24 anos, que na semana passada foi condenado a 63 anos de prisão por matar dois casais de jovens em Aparecida de Goiânia em 2013, no crime que ficou conhecido como “a chacina da Serra das Areias”. Logo após a fuga, a Polícia Militar enviou várias unidades especializadas para a região e trocou tiros com um dos foragidos no final da madrugada, no Setor Buenos Aires. A identidade do detento, que morreu no confronto, ainda não foi revelada.

Visitas canceladas

No momento da fuga, segundo a DGAP, seis agentes cuidavam da segurança de 417 presos no Bloco B. Durante a troca de tiros e fuga, seis presos ficaram feridos ao serem pisoteados e foram socorridos e encaminhados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Como punição pela fuga, que segundo o superintendente por muito pouco não se transformou em uma tragédia maior, as visitas aos presos do Bloco B foram suspensas por tempo indeterminado. Algumas regalias que eram concedidas a eles, como ventiladores e televisores, serão retirados de dentro das celas.