SAÚDE x PERIGO

Dia do Ciclista: sinistros em Goiás aumentam 240% em relação a 2020

Conforme a Abramet, Goiás teve 575 casos de sinistros graves envolvendo ciclistas somente em 2021

Consultoria será feita no Ginásio Newton de Faria a partir de 7 de março. (Foto: Divulgação)
Consultoria será feita no Ginásio Newton de Faria a partir de 07 de março. (Foto: Divulgação/ Internet)

No dia 19 de agosto comemora-se o Dia Nacional do Ciclista. O ato de pedalar é considerado por especialistas em saúde como uma prática saudável, tanto para o corpo quanto para a mente. Mas em Goiás, o ciclista que coloca sua bike na rua também acaba se expondo a sérios riscos. Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o estado teve um aumento de 240% nos sinistros envolvento ciclistas em 2021 em comparação com 2020. Foram mais de 570 registros somente neste ano.

Conforme a Abramet, o ‘sinistro’ difere neste caso de acidente, uma vez que esse segundo “passa a ideia de que é fortuito”, enquanto o sinistro pode ser prevenido e evitado. A associação aponta Goiás como o estado do Centro-Oeste com mais registros de sinistro em 2021: 575, contra 210 do Mato Grosso do Sul; 179 do Distrito Federal e apenas 55 registros do Mato Grosso. Levando em conta o número de sinistros de Goiás em 2020, 169, houve um aumento de 406 de um ano para o outro.

Para o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, os indicadores expõem uma realidade que merece atenção. “Esses dados demonstram a importância de termos atenção e iniciativas focadas nesse público. O uso da bicicleta cresceu no Brasil e exige uma abordagem de prevenção ao sinistro”, avalia.

Para arquiteto, Goiânia deveria ter o triplo de ciclovias para chegar a patamar ideal

O arquiteto e urbanista Alexandre do Prado, 50, pratica o ciclismo há mais de 20 anos. Ele considera que a quantidade de ciclovias e ciclofaixas em Goiânia está muito aquém do ideal, e que seria necessário o triplo desse tipo de pista para oferecer uma maior segurança aos ciclistas da cidade.

Ciclista há mais de 20 anos, Alexandre do Prado considera o número de ciclovias em Goiânia abaixo do ideal (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo Prado, há necessidade de mudanças de ambos os lados – tanto no praticante de ciclismo quanto na infraestrutura urbana. “O ciclista, como o pedestre e o motorista, precisa de educação no trânsito. Muita gente pedala sem noções [de trânsito]. Já vi muito ciclista furando sinal, por exemplo”, pontua. Ao mesmo tempo, o urbanista  defende que enquanto a bicicleta não passar a ser vista como um modal de transporte por parte do poder público, não haverá o investimento necessário.

“Na infraestrutura em geral, o maior problema está ligado a casos de pouca manutenção das ciclovias. Tem pouca manutenção, daí tem pouca sinalização e acontecem os acidentes […]. Além disso, há o problema das ciclovias que ligam “do nada ao lugar nenhum”. As pessoas precisam que essas pistas levem até lugares, onde elas precisem ir”, pondera.