Pelada proibida no Olímpico

Diretor da Eseffego é afastado por suspeita de liberação indevida de jogos no Estádio Olímpico

A reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG) afastou o diretor do Campus Faculdade do…

Diretor da Eseffego é afastado por suspeita de liberação indevida de jogos no Estádio Olímpico
Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira. (Foto: Wikimedia Commons)

A reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG) afastou o diretor do Campus Faculdade do Esporte (Eseffego), Marcus Jary Nascimento. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (26) e se baseia em um processo administrativo interno que apurou transgressões na gestão do Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. Estima-se que o prejuízo de R$ 480 mil para os cofres públicos.

De acordo com o despacho complementar do processo administrativo, Marcus Jary cedeu o gramado do estádio para a realização de 16 jogos não-oficiais. O espaço era disponibilizado para confraternização de sindicatos, associações, prefeituras e parlamentares, sem público nem arrecadação. De acordo com Portaria da então Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), para eventos dessa natureza deveria ser paga uma taxa no valor de R$ 30 mil.

Diretor afastado

O despacho, assinado pelo reitor interino da UEG, o procurador Rafael Gonçalves Santana Borges, determina a nomeação de um interventor para a Eseffego. Além disso, afirma que encaminhará ao governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM), o pedido de exoneração de Marcus Jary.

A instituição agora estuda a melhor forma de garantir o ressarcimento dos valores não-pagos. A reitoria encaminhou o processo à Procuradoria Setorial para avaliar a possibilidade de intimar o diretor afastado a pagar as taxas devidas.

Por meio de nota, a UEG informou que já solicitou ao governo do estado a nomeação de um novo diretor para a Eseffego. A universidade ressaltou também que indicou a nomeação de Wilmont de Moura. Ele foi  primeiro colocado no último pleito para composição de lista tríplice para diretor do Campus. Por fim, a nota afirma que as investigações de irregularidades foram iniciadas em junho e que atualmente a gestão do Estádio Olímpico é de responsabilidade da Secretaria de Esporte e Lazer do estado. Confira texto na íntegra no final da matéria.

A assessoria da Secretaria de Esporte e Lazer do estado informou que a pasta assumiu a gestão do Estádio Olímpico no início de abril de 2019. E que, atualmente, não são realizados eventos no espaço sem uma contrapartida para o Governo de Goiás, seja ela financeira ou em doações para obras sociais.

O Mais Goiás tentou contato com Marcus Jary. Entretanto, até o fechamento da matéria, às 17h57, as ligações não foram atendidas.

Nomeado à revelia

Marcus Jary assumiu a diretoria da Eseffego em dezembro de 2017. À época, houve uma eleição para o cargo e estudantes e funcionários do campus puderam votar. Apesar de ter ficado em segundo lugar, Marcus foi nomeado pelo então governador Marconi Perillo (PSDB).

Após a nomeação, a UEG comunicou que a nomeação dos diretores dos campus é prerrogativa do Poder Executivo do Estado de Goiás, que o faz após o envio da lista tríplice com os candidatos mais votados. Já a assessoria do ex-governador informou que a escolha era pelo melhor candidato, mesmo que não seja o mais votado.

Nota da UEG

[olho author=”UEG”]

“A Universidade Estadual de Goiás (UEG) informa que solicitou ao governo estadual a nomeação de um novo diretor para a UEG Câmpus Goiânia Eseffego. A intervenção, que havia sido solicitada pela própria Congregação do Câmpus no mês de julho, foi recomendada pela comissão designada para apurar Processos Administrativos pelos quais responde o atual diretor e avalizada pela Procuradoria Setorial da Universidade.  
Os processos investigativos foram iniciados no mês de junho para apurar denúncias a respeito de condutas atribuídas ao diretor e à sua gestão e indicar se havia ou não a necessidade de intervenção. A partir do relatório final apresentado pela comissão, a reitoria determinou a instauração de Processo Administrativo Disciplinar Ordinário em desfavor do diretor.
No intuito de garantir a autonomia universitária, a reitoria indicou, para a nomeação no cargo de direção do Câmpus, o primeiro colocado no último pleito para composição de lista tríplice para diretor da Eseffego. À época, o diretor nomeado foi o segundo colocado nas eleições. 
A UEG informa ainda que a Secretaria de Esporte e Lazer é a responsável pela gestão do Centro de Excelência e cede o espaço para que as atividades da Universidade ocorram no local.”

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*Matéria atualizada às 18h31 para acréscimo da nota da UEG.