TRAGÉDIA

“Ela queria vida melhor para os filhos”, diz sobrinha de goiana que morreu na Bélgica

Em 2019, a goiana Cristianny Fernandes de Souza, natural de Aragoiânia, deixou a família e…

Foto: Arquivo da família

Em 2019, a goiana Cristianny Fernandes de Souza, natural de Aragoiânia, deixou a família e se mudou para a Bélgica para trabalhar. Mas o que era para ser a realização do sonho de dar um bom futuro para os dois filhos, hoje com cinco e oito anos, transformou-se em pesadelo. Cristianny foi vítima de cárcere privado e violência sexual e desenvolveu um câncer. A goiana não resistiu e, no último domingo (9), faleceu. Agora, a família luta para trazer o corpo para Aragoiânia.

Ao Mais Goiás, Cleia Gonçalves, sobrinha de Cristianny, conta que tudo começou quando a tia, de 30 anos, conheceu um homem pela internet. O sujeito, de nacionalidade portuguesa, vivia na Bélgica e prometeu um emprego para Cristianny. A moça decidiu abrir mão de sua vida no Brasil e foi embora para o país estrangeiro.

No entanto, o homem que havia prometido uma oportunidade de mudança de vida para Cristianny a manteve em cárcere privado, em Bruxelas, e a violentou sexualmente de forma contínua por certo tempo. O martírio só terminou quando a goiana, com a ajuda de outra brasileira, conseguiu escapar do cárcere. A partir disso, outros problemas surgiram.

Cristianny Fernandes tinha 30 anos. Ela deixa dois filhos pequenos

“Ela começou a ficar doente, muito doente, e aí veio o câncer no útero. Ela conseguiu ser legalizada e virou cidadã belga, e passou a receber uma ajuda de custo do governo porque ficou acamada nos últimos dois meses”, conta Cleia. A sobrinha relata que o câncer foi descoberto na Bélgica, após a situação de violência sofrida – o que teria propiciado o surgimento da doença.

Em busca de futuro melhor

Mesmo lutando por um longo tempo contra a doença, Cristianny não resistiu faleceu no último domingo. Seus dois filhos pequenos, hoje, vivem com a avó em Guapó, Região Metropolitana de Goiânia.

Nascida e criada no interior, a moça era filha de um delegado de polícia e de uma dona de casa. Ao Mais Goiás, Cleia relata que Cristianny foi para um outro país para batalhar por um futuro melhor para os filhos, até ser vítima da tragédia. Um processo foi aberto na Bélgica e a investigação descobriu outras duas mulheres que foram vítimas do mesmo homem.

Hoje, a família luta para trazer o corpo de Cristianny para o Brasil. O custo do traslado é de 7 mil euros – o que equivale a mais de R$ 40 mil. Como não tem condições de arcar com o valor, a família acionou o governo de Goiás, que informou ao Mais Goiás que o auxílio financeiro garantido não pode exceder “o valor cobrado pela cremação de cadáver no local do óbito e cobrirá despesas com o traslado de cinzas, ossadas e corpos das vítimas para Goiás”.

Uma vez que a família tem o desejo de trazer o corpo no caixão, e não as cinzas, ela agora aguarda o parecer do governo estadual sobre qual será a ajuda cedida.