Em um mês, polícia prende 18 envolvidos no tráfico de cocaína por delivery em Goiânia
Tráfico de drogas por delivery começou durante pandemia da Covid-19
A Polícia Civil prendeu 18 membros de uma organização criminosa envolvidos no tráfico de cocaína por meio de aplicativo só no mês de setembro, em Goiânia. O “disque-droga” é o mais novo método utilizado para o comércio da substância ilícita entre os usuários. A operação teve início em maio, após a polícia identificar uma rede de tráfico de drogas que atuava por meio de delivery na capital.
De acordo com a investigação, a compra online acontecia quando o usuário solicitava o pedido através da central de pedidos. Logo após, a encomenda era repassada para uma central de entregadores. Assim que o motoboy pegava a cocaína ele já ia para o ponto de entrega, como se estivesse entregando comida, roupa ou medicamento.
Após receber o dinheiro do usuário, o motoboy ainda levava a quantia para o chefe da organização criminosa e, depois, recebia a sua parte da encomenda. Segundo as investigações, a Polícia Civil já apreendeu cerca de 415 porções de cocaína que estavam prontas para serem entregues por delivery.
Hudson Benedetti, delegado que coordena a operação, informou que o tráfico de drogas por delivery começou durante a pandemia da Covid-19. “Percebemos uma mudança na estratégia dos traficantes a varejo. Ao invés de ter uma boca de fumo de fácil identificação, que pode ser denunciada, eles passaram a fazer entregas, o que passa batido entre os policiais”.
Estratégia
A captação dos membros da organização criminosa era realizada entre os próprios entregadores de aplicativo para conseguir uma renda extra. O delegado destacou que os suspeitos são todos do mesmo ciclo social. “O que chama atenção é que todos eram conhecidos um do outro. Até se adicionam nas redes sociais, eram amigos”.
Hudson explicou que os entregadores recebiam, aproximadamente, de R$ 3 a R$ 4 mil por mês com uma média de 50 viagens por semana. Conforme a operação, a rede atuava por toda a capital, mas as entregas ocorrem mais em bairros nobres, como o Setor Bueno e o Setor Marista.
“Já é uma prática corriqueira em Goiânia. Tem traficante que vende a cartela de clientes, que é o mais valioso. Nesse caso, eram quase 2 mil pessoas cadastradas por meio do WhatsApp”, explicou o delegado.