ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Entenda como 43 mil armas foram vendidas para CV e PCC

Foram apreendidos 23 pistolas e dois fuzis. No total, 19 pessoas foram presas

Operação revela esquema de venda de armas de fogo para fações criminosas (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Operação revela esquema de venda de armas de fogo para fações criminosas (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) compraram armas de fogo potentes no mercado ilegal do leste europeu por meio de uma empresa localizada no Paraguai. As facções teriam comprado 43 mil armas em transações que movimentaram cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos.

Em 2020, uma investigação entre a Polícia Federal (PF) da Bahia e autoridades do Paraguai conseguiu descobrir sobre o esquema criminoso. Flávio Albergaria, superintendente da PF na Bahia, disse que até o momento foram apreendidos 23 pistolas e dois fuzis. Além disso, 19 pessoas foram presas.

Uma operação realizada nesta terça-feira (5) tinha como alvo o empresário argentino Diego Hernan Dirisio, dono de uma empresa no Paraguai que importava armas de países como a Croácia e a República Tcheca. A polícia conseguiu chegar até a empresa dele com a identificação das armas apreendidas.

Esquema

Segundo o delegado Diego Cordilho, foram identificados diversos esquemas entre a compra e a entrega das armas de fogo para os criminosos das facções. O esquema começava na empresa paraguaia, responsável por revender as armas para dois intermediários na fronteira com o Brasil. 

Em seguida, as armas passavam pelo núcleo de vendedores e de logística para serem transportadas pelas rodovias brasileiras. A investigação também descobriu que havia uma área de negociadores de dólar com o objetivo de lavar o dinheiro recebido pelo tráfico. Empresas foram abertas em Miami para declarar o dinheiro do tráfico.

A investigação apontou que a importadora de armas no Paraguai comprou cerca de 43 mil armas para o crime organizado. No entanto, o ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Jalil Rachid, explicou que não faz sentido a quantidade de armas compradas apenas para o mercado paraguaio.

O ministro Flávio Dino ressaltou a falta de organização do credenciamento de armas no Paraguai. Durante uma coletiva, ele defendeu ações mais inteligentes no combate ao tráfico de drogas sem que brasileiros fossem mortos por balas perdidas.