Família cobra agilidade na conclusão do caso de jovem morto por PMs no Residencial Canadá
Policiais militares contam que o jovem estava com arma e drogas no veículos; família contesta essa versão
Familiares e amigos de Wallacy Maciel de Farias, de 24 anos, realizaram no sábado (30) uma manifestação para pedir agilidade na conclusão do inquérito que apura a morte do jovem. Cerca de 150 pessoas estiveram presente no movimento, que aconteceu na praça do setor Moinho dos Ventos, na Região Sudoeste da capital. Wallacy foi morto com por dois tiros após ser abordado por policiais militares no Residencial Canadá, no dia 9 de setembro.
A família contesta a versão apresentada pela Polícia Militar (PM) de que Wallacy estava com drogas no veículo e portava uma arma. “Meu primo era marceneiro e trabalhava desde os 12 anos. Minha tia e meu tio sempre ajudaram ele em tudo o que precisava. Wallacy não mexia com tráfico e não precisava disso”, relata Michelle Maciel, prima de Wallacy.
Michelle também conta que os familiares conseguiram novos vídeos de câmeras de monitoramento da região para auxiliar na investigação. “Entregamos para a Corregedoria da PM. Os vídeos mostram nitidamente que meu primo não estava na tal perseguição. Já foram ouvidos pai, mãe, namorada e outras testemunhas que comprovam que o Wallacy em momento algum reagiu”, conta a prima.
Outro ponto que Michelle aponta como prova da inocência de seu primo é o fato de que a arma encontrada com o Wallacy estava na mão direita. A prima conta que o primo realizava todas as suas funções com a mão esquerda. Michelle também destaca como falsa a alegação do carro ser roubado. “O carro estava no nome da namorada dele. Tanto que, na hora que terminaram a inspeção, entraram em contato com ela para a retirada do veículo”, destaca.
A prima ressalta que Wallacy retornava da casa da sogra, que havia passado por uma cirurgia, e voltava para levar a namorada ao trabalho. “Meu primo foi atingido no coração e no pulmão e ainda foi omitido socorro. Só queremos a verdade e tirar a imagem de que meu primo era bandido”, frisa Michelle.
“Esperamos justiça na Terra. Meu primo levou dois tiros a queima roupa. Ele foi executado”, desabafa a prima. “Confiamos na polícia, mas queremos que quem tirou a vida do meu primo, pague. Ele trabalhava desde cedo, estava no auge da vida. Agora, teve seus sonhos de constituir uma família interrompido.”

*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre CIEE e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo