PANDEMIA

“Faria a abertura gradual com aval do governador”, diz prefeito de Jataí sobre o comércio

Empresários de Jataí lutam para sobreviver diante da pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2.…

Grupo pede investigação de reforma da casa do prefeito de Jataí
Grupo pede investigação de reforma da casa do prefeito de Jataí

Empresários de Jataí lutam para sobreviver diante da pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2. Por isso, através da Associação Comercial e Industrial de Jataí (Acij), elaboraram um plano para flexibilização do fechamento total do comércio na cidade. O prefeito, Vinícius Luz (PSDB), no entanto, espera aval do governador Ronaldo Caiado (DEM).

No último sábado, o prefeito assinou um decreto justamente tratando de certa flexibilização atendendo demandas do empresariado. O documento foi feito de acordo com as determinações de contingenciamento estadual, com a possibilidade de abertura de alguns segmentos sob o regime de plantão. Os comerciantes poderiam atender clientes, desde que usando plataformas digitais, como o Whatsapp, e usando o modelo de delivery.

No entanto, já no primeiro dia útil seguinte, na segunda-feira (6), houve o que o prefeito considera uma “banalização” das determinações. Ele se viu obrigado a recuar. O município de Jataí possui 100 leitos, distribuídos entre o hospital público e o conveniado. Entretanto, há somente 17 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O receio do prefeito é de que a doença saísse do controle e não houvesse como o sistema de saúde receber todos pacientes, gerando colapso.

O líder do Executivo local avalia que é possível fazer uma abertura gradual e controlada, mas que não pode fazer sem o aval do governador. “Poderíamos flexibilizar por região, com período de transição e por segmento de comércio. Mas faria somente com aval do governador. Não posso contrariar o decreto estadual”, diz.

“Entendo e me compadeço com os comerciantes. Tenho reunido constantemente com os representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Acij e analisado a proposta. Por isso fizemos a tentativa de flexibilização, com algumas concessões. Infelizmente tivemos que recuar para não perder o controle”, explica Vinícius Luz.

Até a manhã desta quarta-feira (8), Jataí possui quatro casos confirmados de Covid-19. Um dos pacientes está internado, mas respira sem ajuda de aparelhos, outro novo casos é uma mulher, de 53 anos, que teria voltado recentemente de uma viagem à Europa e que está em isolamento domiciliar. Outros quatro casos foram considerados “curados”.

Em Rio Verde, município a 90 quilômetros de Jataí, já são 9 casos confirmados, com registro de transmissão comunitária, aquela que não é possível determinar a cadeia de contaminação

Proposta

O presidente da Acij, Francis Barros, diz que o comércio local se encontra numa situação muito difícil. Nos últimos 10 dias, o comerciante está sem saber como pagar a folha de pagamento e os fornecedores. Ele salienta que, principalmente, os microempresários estão sem dinheiro, alguns para até para alimentação. Uma loja de sapatos da cidade já teria demitido quase 100 funcionários.

Francis afirma que o empresariado entende que é preciso lutar contra o coronavírus e que por isso elaboraram, juntos, um plano para tentar chegar a um meio termo. A sugestão seria propiciar ao comércio local o mesmo tratamento que há para as grandes lojas nacionais, como a possibilidade de delivery. Como usar meios digitais e entregas via delivery.

Para os profissionais de beleza, que normalmente não tem capital de giro, funcionaria com agendamentos e intervalo de 30 minutos entre um cliente e outro para higienização do local. Assistência técnicas, trabalhariam em plantão, e só poderiam abrir com todo material de EPI, álcool gel e pias para higienização.

“Entendemos que não dá para usar a mesma estratégias para todos os locais em um país tão grande quanto o Brasil. O empresário paga um preço alto por não conseguir faturamento. Muitos deles não têm capital de giro. Deveria ter feito estratégias diferentes para regiões diferentes e é isso que propomos”, avalia o presidente da associação.