Feminicídio

Planaltina: filha relata que mãe implorou para o pai não atirar

Uma jovem, de 18 anos, contou à polícia que momentos antes de ser morta a…

Érica foi morta a tiros pelo ex-marido; filha do casal presenciou o assassinato (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Érica foi morta a tiros pelo ex-marido; filha do casal presenciou o assassinato (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Uma jovem, de 18 anos, contou à polícia que momentos antes de ser morta a mãe implorou para o pai não atirar. O vigilante, porém, não deu ouvidos ao desespero da ex-esposa e disparou contra ela. Érica Sousa de França da Silva, de 41 anos, foi morta na frente da filha, na noite deste domingo (13), em Planaltina, região do Entorno do Distrito Federal. A moça relatou à Polícia Civil (PC) que o pai, Reginaldo Pereira da Silva, de 45 anos, tinha comportamento agressivo e por diversas vezes havia ameaçado Érica de morte antes mesmo da separação do casal. Reginaldo foi preso em flagrante no mesmo dia do crime.

A filha do casal relatou, ainda, que os pais viveram juntos por 23 anos, mas se divorciaram há cerca de um ano. Além da jovem, Érica e Reginaldo tiveram outros dois filhos. Quando ainda eram casados, em seus momentos de fúria, Reginaldo quebrava os objetos de casa enquanto xingava Érica e afirmava que a mataria. Após o término do casal, o suspeito ficou mais violento, ligando constantemente para xingar e ameaçar a vítima de morte.

Consta no documento que há três meses, Érica iniciou um novo relacionamento. Após ficar sabendo, Reginaldo se revoltou e começou a ligar para a ex-esposa xingando-a e ameaçando-a. A mulher, então, parou de atender as chamadas do suspeito, que passou a importunar a filha com as ligações. Durante as ligações, o pai falava para a filha que iria matar Érica por não aceitar que ela se relacionasse com outro homem. Cerca de uma hora antes do crime, Reginaldo ligou novamente ameaçando a vítima. Caso é investigado pela Polícia Civil de Planaltina.

Feminicídio

Em entrevista concedida ao Mais Goiás, nesta segunda-feira (14), o aspirante a oficial Marcelo Augusto explanou que, por volta das 20 horas, a vítima estava com a jovem e o atual namorado no apartamento onde morava, quando notaram que Reginaldo tentava entrar na casa. Érica pediu que o namorado se escondesse em um dos quartos temendo o que o ex-marido pudesse fazer.

Enquanto tentava ligar para a polícia, Reginaldo quebrou um vidro e invadiu o local. Ele desferiu três disparos em Érica. Ela morreu na hora. Após o crime, o vigilante fugiu numa motocicleta.

Ao confrontar informações, a corporação chegou à casa que o casal morava antes do término do relacionamento. Segundo o aspirante a oficial, Reginaldo recebeu a equipe com disparos e se trancou no banheiro. Foram três horas de negociações até ele se render.

De acordo com o policial, familiares contaram que Érica já havia sido ameaçada pelo suspeito, mas que não registrou nenhum boletim de ocorrência pois não acreditava que ele pudesse fazer algo contra ela. Ainda segundo com a corporação, a vítima era funcionária do Tribunal de Justiça na comarca  e estava em tratamento contra um câncer.

O homem foi encaminhado para realização do exame de corpo de delito e foi encaminhado à delegacia da cidade. Ele foi autuado pelo crime de feminicídio. A arma utilizada no crime, um revólver calibre.38, também foi apreendida.

(Foto: Divulgação/PM)

(Foto: Divulgação/PM)

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira

*Com informações do G1 Goiás