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Fogos de artifício: veterinária goiana ensina técnicas para acalmar animais

Para amenizar os efeitos nocivos dos fogos, a médica veterinária Alessandra Araújo revela técnicas e cuidados que podem ser tomados

Veterinária goiana explica efeitos de fogos de artifício sobre pets e como protegê-los
Entenda por que fogos de artifício assustam cachorros e gatos (Foto: Agência Brasil)

Soltar fogos de artifício na virada do ano é uma tradição milenar presente em inúmeros países. No entanto, o ato que causar sérios danos a animais de estimação como cães e gatos e até levá-los à morte. Para amenizar os efeitos nocivos dos fogos de artifício nos animais, a médica veterinária Alessandra Araújo revela técnicas e cuidados necessários que podem contribuir para poupar os bichos do sofrimento.

Ao Mais Goiás, Alessandra conta que são vários os males que os fogos podem acarretar para os animais. Ela explica que, por terem uma audição mais aguçada, os animais são duramente afetados pelos estrondos causados pelos fogos, podendo ter convulsões, problemas neurológicos, crises de estresse, hipertermia e outros problemas que podem causar o óbito do animal.

Além disso, o nível de estresse nos animais, sobretudo nos cães – que são os mais afetados – pode levá-los a fugir e a se machucarem de diversas maneiras. “A gente já pegou cachorro que tentou fugir [do barulho dos fogos] e ficou pendurado em grade, que tentou atravessar janela de vidro. Teve caso de cachorro que mordeu os foguetes, que estouraram na boca dele“, relata.

De acordo com a veterinária, todas as raças são prejudicadas, mas algumas são mais do que outras como é o caso dos cães de focinho curto. Cachorros como buldogue, boxer e pug têm a respiração afetada naturalmente e, diante de um alto nível de estresse, provocado por fogos de artifício, por exemplo, podem ter a chamada síndrome braquicefálica.

“Eles não conseguem respirar com facilidade e entram em hipertermia, podendo atingir 42 graus. Isso pode levar à morte”, descreve Alessandra. Já no caso de um convulsão, a especialista afirma que o animal pode sofrer um traumatismo craniano, ou até uma sequela neurológica.

Como proteger seus animais contra fogos de artifício

Apesar de ser inevitável o estresse que os fogos causam em animais, a veterinária Alessandra Araújo destaca que existem técnicas e cuidados que podem ser tomados para reduzir os danos e poupá-los do sofrimento. Veja abaixo algum deles:

  • Algodão do ouvido

Colocar chumaços de algodão nos ouvidos do cachorro ou gato pode reduzir os impactos que os estrondos causados pelos fogos provocam neles.

  • Tellington touch

Essa é uma técnica que se popularizou bastante nos últimos anos. Ela consista em posicionar uma faixa de pano na altura do peito do cachorro, cruzá-la sobre o dorso e dar um nó próximo à coluna, formando uma espécie de nó em X. A amarra reverbera no sistema nervoso do animal, que recebe a informação sensitiva, envia ao cérebro e o deixa mais calmo.

Foto: Lolipet

  • Cuidados com o local

Devido ao alto nível de estresse, alguns cachorros podem empenhar fugas desesperadas para se verem livres dos barulhos dos fogos e se machucando gravemente. Por isso, a veterinária indica deixar o cachorro em ambientes fechados e longe de materiais com os quais ele possa se machucar, como janelas de vidro baixas, grades e etc.