Crise

Funcionários do Hugo realizam paralisação por tempo indeterminado a partir desta terça-feira

Em assembleia realizada na noite de hoje (22/10), trabalhadores terceirizados do Hospital de Urgências de…

Em assembleia realizada na noite de hoje (22/10), trabalhadores terceirizados do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) aprovaram a paralisação de parte serviços, por tempo indeterminado a partir das 7h30 desta terça-feira (23/10). O ato deverá afetar todas as áreas do hospital, exceto a UTI e emergências.

De acordo com o Sindicato dos Servidores da Saúde de Goiás  (SindSaúde-GO), os trabalhadores reivindicam o pagamento do salário, que hoje completa 22 dias de atraso, a contratação de pessoal e a melhoria de condições de trabalho. O sindicato afirma ainda que as pessoas estão expostas à sobrecarga e à falta de materiais e insumos indispensáveis para a realização dos serviços.

A presidente do SindSaúde-GO, Flaviane Alves Barbosa, afirmou que espera que o governo tome providências o mais rápido possível. “Nem os trabalhadores nem a população podem pagar por esses problemas. O Estado precisa cumprir o seu papel e pagar rapidamente a Organização Social e os fornecedores. Não se faz saúde sem investimento”, concluiu.

Uma funcionária do hospital que não quis se identificar contou ao Mais Goiás que a categoria sofre também com assédio moral e falta de reajuste salarial. “Além do atraso do pagamento, nossos salários não são reajustados há dois anos. Uma colega nossa tomou duas advertências a uma suspensão porque chamava as pessoas para a assembleia”.

A mesma funcionária afirmou que a falta de materiais é frequente e impede a realização de serviços básicos. “Todo dia falta alguma coisa aqui. Semana passada não tínhamos nem seringa para aplicar a medicação nos pacientes”, alertou.

O Mais Goiás tentou contato com a organização social Gerir, responsável pela administração do Hugo, mas nossas ligações não foram atendidas até o fechamento da matéria.

Interdição

A superintendência Regional do Trabalho de Goiás (SRT-GO) e o Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (COREN-GO) encaminharam ao Ministério Público Federal (MPF) uma representação criminal contra a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES) e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). O documento foi encaminhado depois que as Secretarias descumpriram termo de interdição que solicita que o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) suspenda o atendimento de novos pacientes. O motivo é a falta de medicamentos, insumos e riscos para médicos, equipe de enfermagem e farmacêuticos.

Em nota, a SES comunicou que “elaborou no início da semana passada as ações do plano de contingência para garantir o funcionamento do Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo). Tais medidas – que estão sendo seguidas sem abrir mão do importante papel de salvar vidas no Hugo – foram comunicadas aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, com os quais a SES-GO tem mantido contato permanente sobre a situação do Hugo e as providências tomadas. Sobre as demais medidas cabíveis, estão a cargo da Procuradoria Geral do Estado”.

Até o fechamento da matéria a SMS não se pronunciou sobre o caso.