JÚRI

Goiânia: chefe de quadrilha é condenado por ser mandante de homicídio e ocultação de cadáver

Condenação foi de José Roberto Marcelino de Oliveira, o Baiano, foi de 18 anos e 6 meses de reclusão

Goiânia: chefe de quadrilha é condenado por ser mandante de homicídio e ocultação de cadáver
Goiânia: chefe de quadrilha é condenado por ser mandante de homicídio e ocultação de cadáver (Foto: TJGO)

A Justiça condenou José Roberto Marcelino de Oliveira, o Baiano, a 18 anos e 6 meses de reclusão e dez dias-multa pela morte de Elber Carneiro da Cruz, em 2020. A condenação ocorreu pelo tribunal do júri por homicídio duplamente qualificado e ocultação do cadáver em Goiânia.

Segundo denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), os crimes ocorreram pelo acusado como chefe de organização criminosa. Ele seria o mandante do primeiro crime e partícipe no segundo. O julgamento teve acusação do promotor José Carlos Miranda Nery Júnior em sessão presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, na última segunda-feira (8).

Ainda de acordo com o MP, a denúncia ocorreu em junho de 2021 pelo promotor Cláudio Braga Lima. O texto informa que João Beserra de Oliveira e Lucinéia da Silva Lima (falecida) obedeceram José Roberto, o Baiano, e, por motivo torpe e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, mataram Elber a facadas.

Depois do crime, os três colocaram fogo no cadáver em uma estrada vicinal que dá acesso à Rodovia GO-080, na zona rural do Setor Orlando de Morais, em Goiânia, saída para o município de Nerópolis. O caso aconteceu em outubro de 2020.

Sobre Elber

O inquérito policial apontou que Elber era dependente químico e usava crack. Por causa disso, ele devia Lucinéia, que, juntamente com os demais envolvidos e também denunciados, formavam uma organização criminosa que dominava o tráfico de drogas no Setor Antônio Carlos Pires e adjacências.

Ainda de acordo com a polícia, Baiano e sua companheira, Eliene de Lima Pimenta, lideravam o grupo. João Beserra, por sua vez, era responsável pela distribuição e venda de drogas, assim como pela eliminação de rivais e devedores da facção. Elber teria sido morto pela demora em quitar a dívida.

Segundo interceptações telefônicas, José Roberto era sempre consultado por seus subordinados sobre a oportunidade e conveniência da execução de homicídios pelo grupo. Já conforme a denúncia do MP, ele concordou e confirmou a necessidade da morte de Elber.

Na data da morte, Lucinéia atraiu a vítima para a casa de João Beserra. No local, foi imobilizado pelo homem e esfaqueado pela mulher. Após a morte, eles ligaram para José Roberto, que foi ao local com Eliene, conforme o MP. Depois, os dois executores envolveram o cadáver em lençóis, colocaram no porta-malas do carro da companheira de Baiano e foram até o local onde colocaram fogo no cadáver para ocultá-lo.

Outros pontos

José Roberto, vale citar, já foi condenado por outros dois homicídios com as mesmas características, segundo o promotor de Justiça José Carlos Miranda Nery Júnior. Os demais envolvidos na morte de Elber foram denunciados pelo crime praticado. Eliene foi condenada por ocultação de cadáver e João Beserra foi condenado pela morte da vítima em julgamento anterior, enquanto Lucinéia não foi a julgamento pela extinção de punibilidade (em razão da sua morte).