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Grupo pode ter fraudado licitações em prefeituras goianas desde 2013, diz MP

O Ministério Público estadual cumpriu nesta terça-feira (6) sete mandados de prisão temporária, e 34…

Movimento no pátio do Ministério Público no momento em que os mandados eram cumpridos (Foto: MP/Divulgação)
Movimento no pátio do Ministério Público no momento em que os mandados eram cumpridos (Foto: MP/Divulgação)

O Ministério Público estadual cumpriu nesta terça-feira (6) sete mandados de prisão temporária, e 34 de busca e apreensão em residências de servidores públicos, empresários e outras pessoas que estariam envolvidas em um esquema criminoso que faturou R$ 100 milhões em obras superfaturadas, ou com contratos ilegais em cinco prefeituras de Goiás. Segundo as investigações, o esquema criminoso, executado sempre pelas mesmas empresas ou pessoas, pode ter começado em 2013, mas as investigações vão se concentrar no que aconteceu a partir de 2018.

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As investigações começaram depois que o MP detectou que uma empresa de construção civil que nem sede própria tinha venceu um contrato para executar obras públicas em Uruaçu. Nestes quatro anos, os promotores descobriram que esta mesma empresa, e outras que seriam apenas de fachada, venceram licitações, e realizaram obras também em Nerópolis, Senador Canedo, Alto Paraíso, e Santo Antônio de Goiás.

“São pessoas que se uniram, criaram empresas, e entraram juntas para vencer licitações, mas algumas sequer existiam, e, na inscrição, forneciam endereços, e outros documentos falsos. Depois de ganhar as licitações, estas supostas empresas superfaturavam de forma grosseira os valores das obras, contratavam outros profissionais, o que é proibido, ou faziam com que o próprio município executasse o serviço,” relatou o promotor Juan Borges de Abreu, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Movimento no pátio do Ministério Público no momento em que os mandados eram cumpridos (Foto: MP/Divulgação)

Movimento no pátio do Ministério Público no momento em que os mandados eram cumpridos (Foto: MP/Divulgação)

A princípio, o esquema criminoso, segundo o promotor, aconteceu nas gestões passadas, mas a suspeita de que esteja sendo mantido em um, ou outro município, não está descartada. “Há gestores que estão ajudando as investigações, e outros que não, mas ainda não dá para afirmar que o esquema continua, ou que tenha acabado, o que será apurado a partir de agora com as apreensões que realizamos hoje.”, pontuou.

Movimento no pátio do Ministério Público no momento em que os mandados eram cumpridos (Foto: MP/Divulgação)

Movimento no pátio do Ministério Público no momento em que os mandados eram cumpridos (Foto: MP/Divulgação)

Os mandados de prisão, e busca e apreensão, foram cumpridos em Goiânia, Nerópolis, Aparecida de Goiânia, Santo Antônio de Goiás, Alto Paraíso, Uruaçu, Rubiataba, São Paulo, e Brasília. Nomes, idades e funções dos presos não foram divulgados, mas Juan Borges de Abreu afirmou que alguns deles são servidores públicos.

Ao final das investigações, eles poderão ser indiciados por fraude a licitação, peculato, organização criminosa, e lavagem de dinheiro. Atendendo a pedido do MP, a justiça bloqueou R$ 25 milhões em bens dos investigados. O Mais Goiás não conseguiu contado com as prefeituras que segundo o promotor estão sendo investigadas, mas o espaço está aberto caso queiram se posicionar.

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