OPERAÇÃO MANICACA

Grupo que movimentou mais de R$ 16 milhões com tráfico internacional de cocaína é denunciado em Goiás

Segundo o órgão, a denúncia ocorreu contra 12 pessoas, com base no inquérito da Operação Manicaca,

Suspeito de chefiar quadrilha de tráfico internacional de cocaína em Goiás está foragido. (Foto ilustrativa: divulgação)
Suspeito de chefiar quadrilha de tráfico internacional de cocaína em Goiás está foragido. (Foto ilustrativa: divulgação)

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) denunciou no final da última semana um grupo que movimentou mais de R$ 16 milhões com o tráfico internacional de cocaína. Segundo o órgão, a denúncia ocorreu contra 12 pessoas, com base no inquérito da Operação Manicaca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no último dia 3 de novembro, quando foi descoberto que a quadrilha cooptava pilotos de avião para traficar a droga da Bolívia para o território goiano.

De acordo com o MPF, foram denunciados Engri Junior de Almeida Maia – apontado como chefe da organização e que está foragido; Marcus Vinicius de Almeida Maia, Leidiana Pereira Rodrigues, João Batista Antônio da Costa, Maria Pereira da Rocha, Wilhiam Alves Junior, Juventina Pereira Rodrigues Silva, Geovana Pereira Rodrigues, Dorvando Lemes Rodrigues, Igor Frank Aleixo da Silva, Leandro Henrique Balduíno Martins e Ana Carolina Marques de Carvalho.

Segundo consta nos autos, os 12 denunciados, membros de uma organização criminosa, associaram-se para praticar, reiteradamente, tráfico internacional de drogas, principalmente no atacado, com a importação de cocaína para posterior distribuição interna a outros traficantes de Goiás.

Como agia o grupo que movimentou mais de R$ 16 milhões com tráfico de cocaína em Goiás

Ainda conforme relata o Ministério Público Federal, primeiro, o grupo importava para o Brasil grande quantidade de droga proveniente da Bolívia. A cocaína era embarcada em pequenas aeronaves privadas em solo boliviano e transportada por via aérea ao território brasileiro.

Em uma segunda etapa, a cocaína boliviana era desembarcada em pequenos aeroportos, quando membros da organização gerenciavam o armazenamento, a distribuição e o beneficiamento da droga.

De acordo com as investigações, os integrantes do grupo eram coordenados e financiados por Engri Junior, conhecido como “Junior Trindade”, um dos principais traficantes do estado de Goiás, atualmente foragido do sistema prisional.

Todos os denunciados participavam direta ou indiretamente das operações de tráfico internacional, havendo os responsáveis pela fase de importação por via aérea, de armazenamento e de distribuição a outros traficantes locais. Segundo a apuração, havia uma complexa estrutura na qual todos possuíam o domínio dos fatos criminosos, haja vista que, sem o responsável por uma fase, não seria efetuada a subsequente.

Grandes operações contra a associação criminosa

No curso das investigações realizadas pela Polícia Federal, foram identificadas duas grandes operações de tráfico internacional de cocaína realizadas pelo grupo. Em novembro de 2016, uma operação de importação de 150 kg de cocaína resultou na apreensão da droga no estado do Mato Grosso.

Uma segunda operação de importação foi realizada em fevereiro de 2018, desta vez de 154 kg de cocaína que foram apreendidos no Aeroclube de Goiânia. A droga estava avaliada em mais de R$ 8 milhões.

Lavagem de capitais

 As investigações revelaram, ainda, que as atividades de tráfico internacional de cocaína resultaram na aquisição de patrimônio clandestino ocultado em nome de terceiros.

Com isso, houve a movimentação de valores de origem ilícita que foram lavados com a ajuda dos chamados “laranjas”, com a compra de imóveis, veículos e aeronaves, caracterizando o crime de lavagem de capitais.

Nesse caso, o MPF requereu a decretação do perdimento desses bens ao final da ação penal, devendo, por ora, serem sequestrados para evitar a sua dilapidação por parte dos membros do grupo criminoso.