VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

Homem é indiciado por perseguir a ex-companheira desde 2019, em Aparecida

De acordo com Cybelle Tristão, delegada responsável pelo caso, o investigado já tem 15 passagens pela polícia por violência contra mulher, desacato e, desta vez, ele foi autuado pelos crimes de stalking e violência psicológica

Homem é preso suspeito de perseguir a ex-companheira desde 2019, em Aparecida
Homem é preso suspeito de perseguir a ex-companheira desde 2019, em Aparecida (Foto: Divulgação - Polícia Civil)

Um homem foi preso, nesta segunda-feira (27), em Aparecida de Goiânia, suspeito de perseguir a ex-esposa desde 2019. De acordo com Cybelle Tristão, delegada responsável pelo caso, o investigado já tem 15 passagens pela polícia – sendo 10 delas por violência contra mulher contra a vítima – e, desta vez, ele foi indiciado pelos crimes de stalking e violência psicológica. O caso faz parte da Operação Átria.

Conforme a investigadora, a vítima já foi casada com o suspeito e tiveram uma filha. Quando a vítima procurou a delegacia pela primeira vez, em 2019, eles já não estavam mais juntos. No mesmo ano, ela registrou ocorrência por crime de ameaça e solicitou medidas protetivas de urgência.

Após isso, o homem continuou perseguindo e ameaçando a ex, além de descumprir as medidas protetivas. Em um determinado momento, o investigado denunciou o tio da filha, irmão da ex, por abuso contra a menor e acabou ficando com a guarda dela. A delegada ressalta, porém, que o processo foi arquivado e a mãe da menina busca na Justiça ter a guarda da filha de volta.

Cybelle Tristão revelou que, quando a menina ia para a casa da mãe, a mulher tinha que escrever em um caderno todas as atitudes da criança. “Ele dizia que ela tomava remédios controlados e, por isso, a mãe tinha que escrever tudo que ela tinha feito. Além disso, o investigado ficava ligando para a ex-esposa e para o atual marido dela quando a menina estava na casa do casal”.

A delegada explica que os registros de descumprimento das medidas protetivas foram devidamente registrados e comunicados ao Poder Judiciário pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). E, diante de todo a situação vivenciada pela vítima, a autoridade policial verificou que ela estava sendo vítima de violência psicológica – o que foi devidamente comprovado por laudo psicológico.

Passagens por violência contra mulher

Cybelle Tristão explica que a prisão sempre ocorre em última instância – que foi o que aconteceu no caso.

“Em se tratando de violência doméstica, a prisão é exceção. Então, o judiciário se vale de medidas que não sejam a privação da liberdade para que a prisão seja a última instância. Primeiro se defere as medidas protetivas; caso contrário, se defere a colocação de tornozeleira eletrônica ou botão do pânico; posteriormente, a prisão – a não ser em casos muito graves, em que o judiciário decreta, de imediato, a prisão”, explica a delegada.

Operação Átria

Lançada nesta segunda-feira (27/02) em Goiás, a Operação Átria reúne as Polícias Militar, Civil, Técnico-Científica e Penal, entre outros órgãos do governo estadual, para ações de combate aos crimes contra a mulher, em especial o feminicídio. Por determinação do governador Ronaldo Caiado, serão intensificados o cumprimento de mandados de prisão de agressores e a fiscalização de medidas protetivas.

Coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), as equipes também devem apurar denúncias, realizar visitas e diligências, instaurar procedimentos e desenvolver campanhas educativas. Além da morte violenta de mulheres, estão no foco da operação os crimes de estupro, lesão corporal, ameaça, assédio sexual, importunação sexual e violência psicológica, entre outros.