INVESTIGAÇÃO

Homem que foi baleado em abordagem policial morre em hospital de Goiânia

David dos Santos Sousa, de 31 anos, morreu após ser baleado durante uma abordagem policial…

Homem que foi baleado em abordagem policial morre em hospital de Goiânia
Homem que foi baleado em abordagem policial morre em hospital de Goiânia (Foto: Arquivo Pessoal)

David dos Santos Sousa, de 31 anos, morreu após ser baleado durante uma abordagem policial em uma distribuidora de bebidas na Vila Redenção, em Goiânia. A abordagem aconteceu por volta das 20h no último dia 17 de julho e o homem ficou uma semana internado em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) até domingo (24) quando veio a óbito.

A família afirma que não havia necessidade de atirar contra o homem, mas a Polícia Militar argumenta que foi preciso disparar porque David ameaçava matar uma mulher e havia agredido um policial.

“A dor é insuportável. O tanto que eu clamei para aquele policial não atirar no meu filho. Ele só estava alcoolizado, não havia necessidade daquele tiro. Ele (policial) atirou para matar”, contou a mãe, Maria Irene, em entrevista à Tv Anhanguera.

Reagiu a abordagem

Segundo a Polícia Militar, os dois agentes envolvidos no caso foram até a distribuidora após serem informados de que David estava bêbado e havia quebrado objetos do estabelecimento, além de ter agredido a dona do local com socos e pontapés por ela se recusar a vender mais bebidas alcoólicas para ele. O homem teria ainda ameaçado ir embora e voltar no local com uma faca para matar a mulher.

Em depoimento, a dona do estabelecimento contou que o homem estava bastante transtornado e com nítidos sinais de embriagues e por medo, ela acionou a polícia. No entanto, antes da PM chegar, David saiu da distribuidora. Mesmo assim a dona do local pegou o contato dos policiais para caso o homem voltasse. Minutos depois, a mulher viu David próximo ao local e ligou para os policiais.

Os dois policiais relataram que ao se aproximarem de David, mandaram-no colocar as mãos na cabeça, mas ele não obedeceu, partiu para cima da dupla e agrediu um dos policiais com dois tapas no rosto. Disseram ainda que o homem escondia algo na cintura e não permitiu que fosse revistado. Durante a abordagem, David colocou a mãos na cintura de forma que aparentava que ele iria pegar algum objeto. Para cessar as agressões, o policial atirou no ombro do homem.

A família não soube informar se a dona do estabelecimento foi agredida, mas discorda que David tenha resistido à abordagem ou tentado agredir os policiais. “Meu irmão já tinha se rendido, já tinha colocado a mão na parede, já tinha sido revistado. Quando meu irmão o desafiou pedindo para atirar nele, ele simplesmente atirou”, relata a irmã Marisa dos Santos.

David recebeu o primeiro atendimento pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu) e foi encaminhado ao Hugo, onde ficou internado até a data de sua morte. Segundo o hospital, ele teria grandes chances de perder os movimentos caso sobrevivesse.

David foi enterrado na segunda-feira (25), ele deixa dois filhos de 13 e 2 anos de idade.

Agrediu a companheira

Em nota, a Polícia Militar informou que a informação oficial é que David “agrediu a companheira” e que tentou esfaqueá-la. Afirmaram ainda que um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias dos fatos.

Veja nota na íntegra

“A informação oficial é que o autor, após agredir a sua companheira, o que não era a primeira vez, partiu pra cima da equipe policial que atendia a ocorrência portando uma arma branca ( faca ). E a equipe seguindo o Procedimento Operacional Padrão, repeliu a injusta e iminente agressão, com os meios disponíveis e necessários, e de forma moderada.

Infelizmente o Autor da Agressão contra a sua companheira, e bem como da tentativa de agressão contra os policiais, foi alvejado e infelizmente foi a óbito no hospital.

Conforme a nossa legislação policial militar, foi instaurado o devido Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias em que ocorreram o fato, e ao ser concluído será remetido ao Poder Judiciário a quem caberá decidir sobre a ação”.

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