GREVE

Impedidos de bloquear rodovias, maioria dos caminhoneiros de Goiás optam por ficar em casa

A maioria dos caminhoneiros autônomos em Goiás estão em casa, já que o Judiciário os…

Impedidos de bloquear rodovias, maioria dos caminhoneiros de Goiás optam por ficar em casa (Foto: Pixabay)
Impedidos de bloquear rodovias, maioria dos caminhoneiros de Goiás optam por ficar em casa (Foto: Pixabay)

A maioria dos caminhoneiros autônomos em Goiás estão em casa, já que o Judiciário os proibiu de bloquear as rodovias federais. Jaci Souza, diretor do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac), diz que a entidade não vai aderir oficialmente a greve, mas a maioria dos profissionais não vai rodar a partir de hoje, 1o de novembro.

“Todos estão parando. Não podemos bloquear, mas ficamos em casa. A maioria termina as entregas hoje e já vai parar de rodar.” Segundo Jaci, o diesel mais barato está em R$ 5,30. “Além disso, um bom pneu custa de R$ 2.500 a R$ 3.500. Tem peças que subiram 200%”, exemplificou o desgaste ao lembrar do auxílio-diesel [R$ 400] proposto pelo governo federal e classifica-lo como “vergonha”.

“Não dá 80 litros. Daqui a Belém carregado, por exemplo, são 900 litros. Mais 650 litros para voltar.”

Vale lembrar que a Justiça Federal proibiu, na semana passada, os caminhoneiros autônomos de bloquear as rodovias federais neste 1º de novembro. Em Goiás, o juiz plantonista da 2ª Vara Federal do Estado, Bruno Teixeira de Castro, determinou multa diária de R$ 100 mil para pessoa física participante e R$ 1 milhão para pessoa jurídica organizadora.

Já a decisão da juíza federal substituta Marina Sabino Coutinho, da 1ª Vara de São Vicente, atinge os acessos ao Porto de Santos (SP), ao Porto de Suape (PE), além de rodovias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul e também de Goiás. Ela estabeleceu, ainda, multa diária de R$ 10 mil para pessoas físicas no caso dos bloqueios. Para pessoas jurídicas, R$ 100 mil.

Fórum

Quem corrobora a fala de Jaci é Rubens Donizete, advogado da Central Sindical e Popular Conlutas e membro do Fórum Goiano de Lutas (que abarca centrais e sindicatos, inclusive dos caminhoneiros, que possui ligações). De acordo com ele, a greve ocorre neste 1o de novembro, como previsto, com os trabalhadores em casa. “É só ver o movimento nas rodovias.”

Sobre as determinações, Rubens afirma que já era previsto esse tipo de reação e o fórum já toma providências para revogar as liminares. “Temos plena confiança que a Justiça vai autorizar o bloqueio de uma pista – onde for duplicada -, deixando o fluxo. Não bloquear totalmente, isso é garantia do direito de manifestação”, declarou. “A orientação é que seja pacífico.”

O Fórum, inclusive, se reúne nesta segunda-feira, às 19h, para repassar novas informações ao grupo. Sobre o tempo de paralisação, Rubens afirma que é indeterminado. “Está insuportável, eles não dão conta de trabalhar, o combustível está muito caro. E o caminhão tem sua manutenção. Não é só o combustível, tudo está claro, e a vida particular também. A cada aumento, é uma bola de neve. Essa manifestação é em defesa do Brasil, também.”

Quando perguntado do auxílio-diese, o advogado e membro do fórum diz que os caminhoneiros tomaram como afronta. “Aquilo não abastece nem um terço do tanque. Não anda um dia. É a prova que o governo federal não tem a menor noção do que é a vida do trabalhador”, critica.

Mais uma posição do Sinditac sobre a greve dos caminhoneiros

Apesar do fórum tentar revogar as liminares, o Sinditac não vai aderir aos bloqueios e nem a paralisação oficialmente, segundo Jaci, diretor do sindicato. “Não iremos para as rodoviais”, reforça ao dizer que o movimento será feito em casa. “Ficar em casa é um direito nosso”, diz sobre a decisão judicial.

PRF

O Mais Goiás procurou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para saber uma informação preliminar sobre a movimentação de caminhões nas rodovias, nesta segunda. Até o momento não houve retorno.