Covid-19 | Fim da angústia

Instituto de Identificação confirma troca de corpos em hospital de Goiânia

O Instituto de Identificação da Polícia Civil confirmou que o corpo que estava enterrado no…

Justiça autoriza exumação de corpo trocado e enterrado por engano
Justiça autoriza exumação de corpo trocado e enterrado por engano

O Instituto de Identificação da Polícia Civil confirmou que o corpo que estava enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras era do senhor Jamir da Silva, de 70 anos. A identificação foi realizada através das impressões digitais do idoso pelos papiloscopistas Luis Gustavo Lins e Gisele Peres na tarde desta terça-feira (18).

O corpo foi trocado dentro do Hospital e Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, com o de Paulo Ribeiro Benedetti, de 66 anos. Jamir foi enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras, no último sábado (15), como se fosse o de Paulo, que permaneceu na unidade hospitalar desde então. O equívoco ocorreu apesar da autorização para retirada do corpo estar no nome do senhor Jamir. Ambos foram vítimas da Covid-19.

O Instituto destaca que, para a identificação, foi necessário hidratar as impressões digitais do corpo, colocá-las no papel, jogar no sistema da Segurança Pública e fazer um filtro das impressões digitais até identificá-las. O corpo já estava em estado de decomposição.

A advogada da família o senhor Jamir, Ana Lúcia da Silva, destaca que ele estava em uma cova provisória. Agora, a família organizará todos os trâmites com a funerária para que o mesmo seja removido do Instituto Médico Legal (IML) e enterrado no Cemitério Memorial, em Goiânia, na tarde da próxima quarta-feira (19).

Relembre o caso

O caso foi parar na Justiça. Foi realizado o pedido a exumação do corpo, mas foi indeferido pela juíza Viviane Silva de Moraes Azevedo, plantonista de 1º grau, no último final de semana. Com isso, o caso voltou para a vara de origem. Nesta segunda, contudo, a juíza Jussara Cristina, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos, atendeu à família.

“Hei por bem deferir o pedido de tutela cautelar antecedente para autorizar a exumação do corpo sepultado no Cemitério Jardins das Palmeiras, localizado nesta Capital, que deverá providenciar a retirada do corpo sepultado na data de 14/08/2020, sob o nome de Paulo Ribeiro Benedetti, com a devida identificação, devendo ser removido pela funerária responsável pelo sepultamento e encaminhado à Funerária Fênix, contratada pela família do de cujus Jamir da Silva, para que seja sepultado no Cemitério Memorial.”

Hospital e Funerária

À época da denúncia, o advogado do Hospital e Maternidade Célia Câmara, Alldmur Carneiro, disse que o reconhecimento foi realizado por familiares de Paulo e que a troca foi realizada pela funerária, no momento da retirada do corpo do local. “Nós informamos que foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. Todos os colaboradores envolvidos no procedimento e naquele plantão foram afastados atá a apuração dos fatos. Lamentamos o ocorrido e estamos à disposição das famílias para todo apoio e assistência necessária”, afirma.

Já a funerária São Salvador declarou que não teve culpa da troca dos corpos e que não cabe à empresa especular o que teria acontecido para o erro. “Esclarecemos, ainda, que a retirada de corpos de qualquer Hospital, obedece a protocolos rígidos deles próprios (hospitais), onde ao Agente Funerário incumbe apenas a retirada daquele corpo que lhe é entregue. Absurda seria a suposição de que o Agente Funerário pudesse escolher que corpo retirar sem que passasse pelo crivo fiscalizatório do próprio Hospital, salvo hipótese de má-fé, o que definitivamente não é o caso”.

Além disso, pontuou que “independentemente da existência de culpa, a funerária foi sensível ao luto das famílias e ao momento difícil, oportunidade em que ofereceu auxilio jurídico às mesmas, independentemente de cada uma delas ter optado pela representação própria”.

Ambas as notas podem ser conferidas na íntegras AQUI.