Crise na Saúde

Instituto de Medicina da Visão, em Valparaíso, suspende atendimentos por falta de repasse

Mais uma unidade hospitalar em Goiás foi fechada esse mês devido a falta de repasse…

Mais uma unidade hospitalar em Goiás foi fechada esse mês devido a falta de repasse de recursos do governo estadual. Desta vez foi o Instituto de Medicina da Visão, em Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal, que suspendeu a realização de atendimentos, exames e cirurgias na semana passada. Com a paralisação, 19 cidades que dependem do convênio da clínica com as secretarias foram afetadas.

Segundo o proprietário da clínica, Adriano Rocha, mais de 17 mil atendimentos foram realizados desde junho na área oftalmológica, o que gerou uma dívida de R$ 2,460 milhões que o Estado deveria pagar a unidade de saúde. Além disso, mais de 4 mil pessoas aguardam a cirurgia de catarata. Destas, 319 pacientes já foram submetidos ao procedimento em apenas um dos olhos e aguardam para ter o outro operado.

Adriano ainda aponta que quando concorreu a licitação e venceu o processo, o convênio previa que o pagamento fosse realizado antes das realizações dos procedimentos, mas, como ele não sabia disso, ele iniciou os atendimentos. “Já realizamos as prestações de contas perante a Secretaria Municipal e a Secretaria Estadual de saúde. A municipal alega que o estado não realizou o repasse e que não possui verba para efetivação dos pagamentos. O estado também destaca que não tem dinheiro em caixa para realizar o repasse”, conta.

O Mais Goiás entrou em contato com a Secretaria Municipal das Saúde de Valparaíso, mas nossas ligações não foram atendidas. Também entramos em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) que, por meio de nota, informou que aguarda a liberação da Secretaria da Fazenda (Sefaz) para a realização dos repasses para a instituição.

Consequências

Na última quarta-feira  (26), o Hospital São Cotollengo, em Trindade, paralisou atendimentos por falta da verba que vem do governo estadual e do incentivo do governo federal. Segundo a instituição filantrópica, foram realizadas várias tentativas de negociação, inclusive da renovação do contrato que venceu em outubro, mas sem sucesso. O hospital, que atende 130 municípios goianos, está com seis meses de repasses atrasados.

Já nesta quinta-feira (27), os hospitais Materno Infantil (HMI), de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes suspenderam atendimentos também por falta de repasse por parte do governo estadual. As três unidades, que são geridas pelo Instituto de Gestão e Humanização (IGH), foram recomendadas a receber somente “casos com iminência de morte”. Em nota à imprensa, o IGH também informou que não há previsão de retorno no atendimento e que “tal medida visa tentar reduzir danos a segurança dos pacientes já internados, já que estamos com bloqueio nas entregas de material médico hospitalares e paralisação de serviços essenciais ao funcionamento das unidades.”

A Sefaz informou, por nota, que serão repassados R$ 40 milhões à Organização Social  (OS) que administra os hospitais da rede estadual. Valor este que deve ser realizado ainda nesta sexta-feira. O texto também ressalta que a pasta tem a previsão de outro repasse, no dia 30, que estará disponível para as OSs no dia 2.

Comunicado na porta do Hospital Materno Infantil orienta pacientes a buscar outras unidades (Foto: Reprodução)