Impunidade

Júri popular de PMs acusados de matar homem após batizado do filho é adiado, em Goiânia

O júri popular dos policiais militares Gevane Cardoso da Silva e Marcelo Sérgio dos Santos…

O júri popular dos policiais militares Gevane Cardoso da Silva e Marcelo Sérgio dos Santos marcado para esta quinta-feira (25) foi adiado para o dia 13 de dezembro. A prolongação do veredicto se deu pela ausência de um dos advogados dos réus. Eles são acusados de matar o bacharel em Direito Pedro Henrique de Queiroz, de 22 anos, em setembro de 2008.

Presidente do Júri, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira, afirmou que o advogado que defende Gevane não estava presente devido a uma viagem. O juiz também explicou que o mesmo realizou o aviso de ausência dentro do prazo permitido. Como os réus não podem ser julgados separadamente, o julgamento teve que ser adiado.

Revolta

A viúva de Pedro Henrique, Pabline do Valle Xavier, ficou revoltada com a informação e desabafou diante o adiamento da sessão. “Recebemos as intimações, nos preparamos psicologicamente para reviver toda essa história. Mal conseguimos dormir imaginando um fim a toda essa dor, mas apenas ficamos cientes do adiamento no momento da sessão. Isso é uma falta de respeito”, desabafou.

Hoje nutricionista, a mulher ainda conta que, mesmo após 10 anos, é difícil lhe dar diante dessa situação com o filho do casal, que ainda pergunta pelo pai. “Eu sonho em explicar ao meu filho que os assassinos do pai dele foram julgados e condenados e estão cumprindo as devidas penas”, relata.

Caso

Consta em denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) que, no dia 7 de setembro de 2008, a vítima retornava para casa com sua esposa, após o batizado do filho, que tinha sete meses à época. Eles estavam de carona com um amigo do casal que freou bruscamente o veículo após notar que havia pego caminho errado até a residência do casal.

Os militares estavam no atendimento de uma ocorrência de trânsito no Jardim América, região Sul de Goiânia. Ao notarem a manobra do carro em que estava a vítima, os policiais foram atrás do veículo e, sem ordem de parada, Gevane, a mando de Marcelo, sacou a arma e deu um tiro que matou Pedro Henrique na hora. Segundo o PM à promotoria, o tiro era para atingir o pneu do veículo, no entanto acertou a nuca da vítima.

Consta ainda nos autos que os militares não prestaram nenhuma assistência ou socorro à vítima. Apesar da denúncia, o advogado de Marcelo nega a participação dele no crime e ambos respondem o processo em liberdade.