INDENIZAÇÂO

Justiça condena shopping e loja em R$ 50 mil por ato racista contra cliente

A Justiça de Goiás condenou o Buriti Shopping e a loja de departamentos C&A a…

A Justiça de Goiás condenou o Buriti Shopping e a loja de departamentos C&A a pagarem R$ 50 mil como indenização a um cliente vítima de racismo durante uma abordagem, em 2016, enquanto fazia compras.

O homem, então com 40 anos, trabalhava como vidraceiro e portava uma grande quantia em dinheiro vivo. Segundo os autos, ele portava o valor em razão de uma rescisão contratual de trabalho. Entretanto, os seguranças do local desconfiaram que o dinheiro era falso.

Com o acerto, consta na sentença que o homem foi até o shopping para fazer compras no dia 2 de setembro de 2016, tendo adquirido celulares, um relógio e uma corrente de ouro. Após três dias, foi até a C&A e narra ter sido abordado e levado para uma ‘espécie de depósito’, onde foi acusado de distribuir notas falsas no shopping.

Lá, o homem afirmou ter sofrido humilhações verbais e que foi coagido pelo gerente da loja e vários outros seguranças dentro da sala. Para se defender, ele mostrou notas de dinheiro que levava na carteira e que uma vez esclarecido, foi ameaçado a não buscar a Justiça. Porém, ele registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte, tendo também entrado com a ação judicial contra as empresas.

A decisão

A juíza Viviane Atallah, responsável pela condenação, entendeu que o homem foi vítima de preconceito por sua aparência, uma vez que “é uma pessoa simples e de pele negra”.

Dentre as provas, a vítima apresentou cópia dos registros de segurança do dia do ocorrido, que lhe foram dadas por um funcionário da loja que sabia do fato e não concordava com o que havia acontecido. Ele havia voltado a loja para buscar uma camiseta que havia adquirido, mas que não tinha levado consigo.

O caso ocorreu em setembro de 2016, mas a sentença foi publicada no mês de agosto deste ano, mais de quatro anos depois. Sendo cabível ainda recurso da decisão.

No processo, a loja de departamentos C&A alegou que não haviam provas, tentando desqualificar a versão da vítima. Já o Buriti Shopping, argumentou não ser parte do processo, pois “apenas aluga o espaço para funcionamento da loja”. Ambas as argumentações foram indeferidas.

Procurado, o Buriti Shopping não respondeu até o fechamento da matéria.

Nota da C&A

A empresa primeiramente esclarece que não compactua com qualquer tipo de preconceito e discriminação. Reforça que o respeito às pessoas e à diversidade faz parte dos seus valores e, por isso, realiza treinamentos com seus funcionários em linha com o seu compromisso com os clientes e a sociedade. Informa também que segue à disposição para prestar eventuais esclarecimentos sobre o caso que segue em trâmite judicial.