Conduta investigada

Justiça determina prisão de policiais envolvidos na morte de quatro pessoas em Cavalcante

A justiça determinou a prisão preventiva de sete policiais militares suspeitos de matarem quatro pessoas…

Sete policiais militares (PMs) foram denunciados pelo Ministério Público por ação com quase 60 tiros e 4 mortos em Cavalcante, Foto: Divulgação - PC-GO
Sete policiais militares (PMs) foram denunciados pelo Ministério Público por ação com quase 60 tiros e 4 mortos em Cavalcante, Foto: Divulgação - PC-GO

A justiça determinou a prisão preventiva de sete policiais militares suspeitos de matarem quatro pessoas durante uma operação em uma fazenda localizada entre os municípios de Cavalcante e Colinas do Sul. A decisão atendeu a uma solicitação do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Os policiais são: sargento Aguimar Prado de Morais, sargento Mivaldo José Toledo, cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos, soldado Welborney Kristiano Lopes dos Santos, cabo Luís César Mascarenhas Rodrigues, soldado Eustáquio Henrique do Nascimento e soldado Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida.

O caso aconteceu no dia 20 de janeiro. De acordo com o registro da PM, os militares receberam uma denúncia anônima de que haveria uma plantação de maconha no local. Ainda de acordo com a versão dos policiais, eles foram recebidos a tiros, revidaram e quatro pessoas morreram no confronto.

Entretanto, o MP-GO argumenta que que a narrativa dos militares não bate com as provas documentais, periciais e testemunhais que estão no inquérito policial da Polícia Civil.

De acordo com o órgão, os PMs disseram que foram efetuados 58 disparos, mas a perícia feita no local encontrou apenas 5 estojos de munição. Outro ponto questionado pelo MP foi que os policiais pontuaram que uma grande plantação de maconha foi encontrada na fazenda (cerca de 2 mil pés na primeira informação e depois 500 ou 600 em uma correção), mas que na área onde ocorreu a ação, de 4 metros quadrados, foram encontradas 11 espécies de plantas, das quais 4 eram de maconha.

Por fim, o órgão ressaltou que fez uma investigação própria e que recolheu depoimentos de testemunhas que afirmam ter sido intimidados e ameaçados por policiais envolvidos na ação. Para o MP, essa situação caracteriza “a necessidade da prisão preventiva para garantir a normal instrução criminal, bem como para resguardar a integridade física e psicológica das testemunhas”.

PM afastou envolvidos na operação em Cavalcante

No dia 25 de janeiro, a PM informou que afastou os militares. Por meio de nota, a corporação afirmou que, assim que tomou conhecimento do fato, determinou a instauração de um inquérito policial militar e o imediato afastamento de todos os policiais envolvidos no ocorrido das atividades operacionais.

“A Polícia Militar não coaduna com desvio de conduta, esclarece que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas e que o caso será apurado com o rigor devido”, diz trecho.

Os mortos na operação foram Ozanir Batista da Silva, de 46 anos, conhecido como Niro ou Jacaré; Chico Kalunga, que não teve o nome completo divulgado; Salviano Souza Conceição, de 63 anos, e Alan Pereira Soares, de 27. Segundo a Polícia Civil, nenhum deles tinha passagem criminal.