Operação

Líder de quadrilha que revendia insumos e drogas para traficantes montou patrimônio milionário, diz polícia

Suspeito de chefiar uma quadrilha que abastecia grandes traficantes de Goiânia com insumos e cocaína…

Suspeito de chefiar uma quadrilha que abastecia grandes traficantes de Goiânia com insumos e cocaína pura de alta qualidade, José Caetano de Oliveira Júnior, segundo a polícia, acumulou um patrimônio milionário, que incluía veículos de luxo, empresas e, pelo menos, oito apartamentos em Goiânia. Durante a operação que culminou com a prisão dele, da esposa, da mãe, e de outras sete pessoas, a polícia apreendeu três armas de fogo, 16 veículos e documentos de empresas que serviam como fachada para o tráfico.

Foi no início do ano passado, segundo o delegado Eduardo Gomes, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão aos Narcóticos (Denarc), que contrabandistas de cigarros do Paraguai passaram a trazer, também, insumos para o refino de drogas e cocaína. Para ludibriar a fiscalização, caso fossem parados no trajeto entre o Mato Grosso do Sul e Goiânia, o material era disposto em pacotes de fertilizantes.

“Mesmo com todo esse cuidado, a carga era sempre acompanhada por no mínimo dois veículos que desempenhavam a função de batedores, responsáveis por verificar se não existiam barreiras policiais no trajeto. Pelo que apuramos, cada viagem, sempre bancada pelo José Caetano, custava R$ 200 mil e eles faziam uma média de duas a três por mês”, relatou.

Esposa de José Caetano, Odalice Barros Ferreira, segundo o delegado, era quem cuidava das finanças, comprava imóveis e veículos e, vez ou outra, vendia pequenas porções de cocaína. Já a mãe dele, Ana Maria Soares, de 63 anos, emprestava o nome para a abertura de empresas e também movimentava o dinheiro do tráfico em suas próprias contas pessoais.

Para não levantar suspeita, o dinheiro obtido com a venda dos insumos e de cocaína, ainda conforme descreveu Eduardo Gomes, foi usado para abrir empresas de informática, lojas de peças de veículos na região da Vila Canaã e distribuidoras de bebidas. “O faturamento mensal da quadrilha girava em torno de R$ 1 milhão e eles então criaram essas empresas para fazer o dinheiro circular”, pontuou.

No apartamento de luxo onde morava José Caetano, os agentes apreenderam oito escrituras de imóveis que estão no nome de outras pessoas, mas que, desconfia a polícia, são todos dele.

Durante as investigações, que começaram em outubro do ano passado, a Denarc conseguiu interceptar cinco carregamentos de insumos e drogas que estavam sendo trazidos pela quadrilha dele para Goiânia. Assim, a corporação descobriu que eles abasteciam, principalmente, traficantes ligados à facção criminosa carioca Comando Vermelho (CV).

Os presos responderão por tráfico interestadual de drogas e também por lavagem de dinheiro. Ao todo, a polícia conseguiu bloquear 49 CPFs de pessoas que seriam ligadas à quadrilha, e agora pedirá, à Justiça, o confisco de todos os bens apreendidos. Outros quatro suspeitos de integrar a organização, que também tiveram suas prisões decretadas,  continuam foragidos.